Nesta sexta-feira (4) é dado o pontapé inicial na Série B de 2025, que terá cobertura completa dos seus 380 jogos com transmissão dos canais ESPN e no Disney+. E assim como na elite do futebol nacional, muitos clubes envolvidos na disputa aderiram ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol, as famosas SAF’s.

Hoje, a segunda divisão do futebol nacional já é responsável por 45% do total dos clubes do país que aderiram à SAF – já são mais de 60 em todo o território nacional. Em 2025, 9 das 20 equipes que disputarão a Série B funcionam no modelo, um aumento de 25% em relação à edição passada. Mas afinal, quem são esses clubes?

A lista conta com Amazonas, América-MG, Athletic Club-MG, Atlético-GO, Botafogo-SP, Coritiba, Cuiabá, Ferroviária e Novorizontino são geridos como clubes-empresa. O clube de Ribeirão Preto, assim como o Dourado já funcionam no modelo desde antes da criação da Lei das SAF’s, em 2021.

“As SAFs têm conseguido impactar positivamente o futebol no Brasil como um todo, e não apenas os clubes que estão aderindo ao modelo. Isso porque a entrada de uma SAF não altera apenas a realidade financeira de uma equipe, mas realiza uma mudança estrutural completa, que acaba influenciando todo o ecossistema ao seu redor”, avaliou Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

O pioneiro do grupo de nove clubes da Série B de 2025 que são SAFs é o Cuiabá, que desde a sua fundação, em 2001, funciona no modelo empresarial. O Dourado foi adquirido pela família Dresch em 2009, e com a aprovação da Lei das SAFs, se tornou a primeira da Série A a realizar essa transição.

“As receitas mudam muito na Série B e alguns desencontros de fluxo de caixa aconteceram, como as inadimplências que algumas agremiações possuem com o Cuiabá, equivalente a milhões de reais. A partir disso, passamos a buscar uma forma nova de capital de giro, e a alternativa para essa injeção financeira veio por meio das debêntures”, afirmou o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch.

O Botafogo-SP acompanhou o movimento e, em 2018, vendeu 40% dos direitos do clube pelo grupo de investimentos Trexx Holding, liderado por Adalberto Baptista. A mudança já trouxe benefícios ao clube, que conseguiu fazer uma importante reforma em seu estádio, a Arena Nicnet, um dos mais completos do interior paulista, com capacidade para 15 mil pessoas, além de 13 camarotes, 2 Lounges VIPs, 34 suítes de hotel e bares e restaurantes renomados, como o Hard Rock Cafe.

“Assim como já ocorreu em todos os principais países do futebol mundial, ora por organização do próprio mercado, como na Inglaterra, ora por determinação do governo, por meio de lei, como foi o caso do Brasil, a migração do modelo associativo para o empresarial pode resultar em grande impacto positivo, ao proporcionar a chegada de investidores, especialmente estrangeiros – o MCOs – e, com isso contribui para elevar os orçamentos dos clubes”, disse Marco Loureiro, sócio dos CCLA Advogados e responsável pela área de Direito Societário.

E a Série B ainda pode chegar à metade dos seus clubes como SAFs. Isso por o Avaí está aberto a receber propostas de investidores interessados em aportar recursos no departamento de futebol.

“Considero natural sermos procurados por investidores. Além da maior torcida do estado, nosso principal patrimônio, o Avaí tem credibilidade construída a partir de um processo de reorganização interna que deixou o clube muito mais forte. Desde a mudança da legislação, quase uma centena de SAFs surgiram no País e certamente quem olha para Santa Catarina pensa em ser parceiro do Avaí”, explica Júlio Cesar Heerdt, presidente do clube de Florianópolis.

Onde assistir à Série B do Brasileirão de 2025?

Todos os 380 jogos da Série B de 2025 terão transmissão ao vivo nos canais ESPN e no Disney+.