Grande parte da torcida do São Paulo já sentiu saudade de Muricy Ramalho como treinador em algum momento. Mas o atual coordenador de futebol do clube, tricampeão brasileiro à beira do gramado, não quer voltar para a função. Ele revelou que há “tentação”, já recebeu pedido dos próprios jogadores, mas relembrou como uma cláusula no contrato ajuda a barrar a possibilidade.
“No meu contrato tem uma cláusula que todo mundo pode ser treinador, menos eu. Se não fosse assim não daria certo. Eu sei como é o futebol, há os momentos difíceis que sempre têm a tentação. Até jogadores, na última vez, me chamaram. ‘Pô, Muricy. Você que conhece o time’. Eu não quero mais ser treinador”, disse, ao programa Galvão e Amigos.
O ex-técnico disse que a cláusula, junto com suas atitudes, também tranquiliza os treinadores com quem trabalha junto no clube.
“Estou há quatro anos nessa função (coordenador de futebol), já trabalhei com vários treinadores e nunca tive problema com ninguém. Por quê? Porque eu me posiciono. No primeiro dia do Zubeldía foi igual aos outros. Eu falei: ‘Zubeldía, a minha função aqui é ser o cara que vai fazer o meio de campo entre a diretoria e a comissão técnica. Você é o técnico, você escala’”, contou.
Muricy revelou até uma conversa que teve com o argentino na segunda-feira (07), um dia depois do empate por 0 a 0 contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão, em que Zubeldía foi expulso por reclamação.
“Fui na salinha dele hoje visitar (risos). Mas na boa. Ele ficou muito nervoso ontem, deu até um chute no banco, machucou até o pé. Mas é difícil o gênio que ele tem, o que ele vive do jogo. Não aceita essas arbitragens. Mas eu falo para ele: se você não mudar… O árbitro entra em campo sabendo quem é quem, já olhando o banco”, disse.
“Mas o jeito dele é difícil. Hoje falei bastante com ele, conversamos sobre o jogo. A gente conversa demais”, finalizou.