Do ‘luto’ ao reencontro: como ficaram Doncic e os Mavs após troca que chocou a NBA

Chegou a hora do reencontro entre Luka Doncic e o American Airlines Center.

O esloveno, agora astro do Los Angeles Lakers ao lado de LeBron James, esteve no centro dos holofotes ao ser, sem saber, protagonista de uma das trocas mais bombásticas da história da NBA, quando foi mandado para a Califórnia pelo Dallas Mavericks.

Nesta quarta-feira (9), Doncic voltará a Dallas pela primeira vez, mas agora como adversário. E esse esperado reencontro terá transmissão do Disney+ a partir de 20h30 (de Brasília).

Mas afinal, o que esperar?

Os Mavs planejam exibir um vídeo em homenagem a Doncic, revelaram as fontes à ESPN, dando aos torcedores na American Airlines Center uma última oportunidade de saborear (ou lamentar?) a história do atleta com o uniforme da franquia.

A troca bombástica ainda segue tendo consequências.

Fontes disseram à ESPN que a negociação provavelmente custará aos cofres da franquia de Dallas um valor na casa dos nove dígitos nos próximos anos, já que Dallas deve perder dezenas de milhões em receita nessa temporada devido à diminuição do público, à queda nas vendas de mercadorias e ao rompimento com patrocinadores.

O efeito cascata com a saída de Doncic foi imediato. Torcedores cancelaram ingressos para a temporada nos dias seguintes à troca. Coube à franquia oferecer reembolsos a quem se sentiu lesado.

Adaptação aos Lakers

Em quadra, Doncic deu (como esperado) rápido retorno técnico aos Lakers e fez com que o time pintasse novamente como candidato ao título. A franquia estava em quinto lugar no Oeste, apenas três jogos à frente dos Mavericks quando a troca foi feita.

Os Lakers chegarão a Dallas em terceiro lugar no Oeste.

“Sei que já se passaram dois meses ou algo assim, mas ainda estou me adaptando”, disse recentemente Doncic, que tem uma média de 27,7 pontos, 8,3 rebotes e 7,8 assistências pelo Lakers. “Foi uma grande mudança. Mas está melhorando”.

Adaptação dos Mavericks

Os Mavs abriram mão de um talento expoente que ainda estava se aproximando do que se projetava ser seu auge para criar uma janela de três a quatro anos como candidato ao título.

Esse foi o cronograma que Nico Harrison apresentou a um pequeno grupo de repórteres de Dallas quando participou da primeira parte da coletiva de imprensa de pré-jogo do técnico Jason Kidd, em 2 de fevereiro, em Cleveland. Foi a única vez que o diretor geral de Dallas se colocou à disposição dos repórteres desde que fez o acordo que causou comoção em toda a NBA.

Anthony Davis, que estava se recuperando de uma distensão abdominal no momento da negociação e ficou de fora dos dois primeiros jogos dos Mavericks, dominou a primeira metade de sua estreia com a franquia, em 8 de fevereiro, marcando 24 pontos, 13 rebotes, 5 assistências e 3 bloqueios antes do intervalo.

Mas ele sofreu uma distensão no adutor esquerdo no terceiro quarto, uma lesão que o deixou de fora das seis semanas seguintes.

Kyrie Irving, o astro da equipe das finais da última temporada, cujas habilidades de criação de arremessos se tornaram ainda mais importantes após a saída repentina de Doncic, sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em 3 de março, uma lesão que provavelmente o deixará de fora até a próxima temporada. Os dois All-Stars dividiram a quadra por apenas 25 minutos como Mavericks nesta temporada.

Uma torcida e um ídolo não adaptados

Dirk Nowitzki ficou tão atordoado com a troca que faltou a um almoço de família em seu último dia de férias nas Maldivas, ficando sentado em seu quarto de hotel por uma hora “tentando descobrir se era real”, como ele revelou recentemente no podcast Campus 41.

O alemão viajou até Los Angeles para a estreia de Doncic nos Lakers, em um sinal de forte apoio público ao seu ex-companheiro de equipe.

“Sempre serei um torcedor do Mavs, mas essa troca foi realmente dolorosa”, disse Nowitzki. “E vai demorar um pouco até que todos processem isso e sigam em frente”.

Nowitzki pode ser o atleta mais amado da história dos esportes em Dallas. Doncic estava trilhando exatamente esse tipo de trajetória. A maioria dos torcedores o protege ferozmente.

A base de torcedores dos Mavs foi surpreendida e ficou com o coração partido com a decisão de Harrison. O acordo gerou protestos à sombra da estátua de Nowitzki na manhã seguinte, e novamente antes do próximo jogo em casa, uma semana depois.

“Sempre tivemos Dirk ou Luka para nos dar muita alegria e entusiasmo”, disse Jeremy Williams, de 47 anos, que desde 2001 guarda ingressos dos jogos de Dallas.

“Estou lutando contra os velhos estágios do luto. Passei pelo choque, pela raiva e pela negação, como todo mundo. Acho que ainda estou em negação”>

A base de torcedores dos Mavs, em geral, não tem má vontade com Davis, um futuro integrante do Hall da Fama da NBA.

Ainda assim, não é a mesma coisa que torcer por um jogador de uma franquia que se tornou parte da identidade da cidade. Os cantos de “Fire Nico” (despeça Nico) passaram a surgir aleatoriamente em uma variedade de eventos locais em Dallas desde a saída de Doncic.

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