A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda segue nos bastidores em busca de um novo técnico para a seleção brasileira após a demissão de Dorival Júnior, que não resistiu à pressão após a derrota por 4 a 1 para a Argentina, em Buenos Aires.
Entre os principais candidatos ao posto estão o português Jorge Jesus, atualmente à frente do Al Hilal, da Arábia Saudita, e Carlo Ancelotti, do Real Madrid. A tendência de um estrangeiro no comando da seleção não conta com aprovação unânime no futebol brasileiro, principalmente entre os treinadores.
“Vou ser muito sincero: não gostaria”, disse à ESPN o técnico Hélio dos Anjos. “Sou brasileiro, sou treinador há mais de 40 anos. Fui treinador de seleção estrangeira. Eu não gostaria, mas não sou eu quem decide. O caminho está levando para, daqui a pouco, ser um treinador estrangeiro”.
Mesmo reconhecendo a tendência de que um nome de fora assuma a seleção brasileira para a sequência das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, o treinador afirmou que existem opções de confiança dentro do futebol nacional para o posto e citando dois nomes campeões no comando do Flamengo.
“Nós temos, sim [treinadores que podem assumir a seleção]. Temos Roger [Machado], temos o Rogério Ceni, e até mesmo o Filipe Luís dentro de uma posição de ser firmar mesmo. É difícil ser treinador com um time bom, e é muito mais difícil ser treinador com um time ruim”.
“O histórico do Luís é em cima de um time que está dando todas as condições. E com a capacidade dele de administrar, e tem que administrar ego, está conseguindo bons resultados. Agora, o Rogério já passou por tudo. Já foi colocado para fora do time em que ele é o maior ídolo, que é o São Paulo. Já foi enxotado de lá de dentro. Já passou por coisas boas e coisas ruins. E o Roger eu conheço bem. Fui treinador do Roger. Estava operado no tempo do Grêmio e praticamente não jogou comigo. O Roger cresceu muito, é um rapaz que tem essa capacidade”.
Como a ESPN informou, a prioridade da CBF para comandar a seleção brasileira é Jorge Jesus, que ainda tem contrato até o meio do ano com o Al Hilal. Para Hélio dos Anjos, no entanto, o ex-treinador do Flamengo não seria sua primeira escolha em caso de um estrangeiro, citando até mesmo um outro português à frente.
“Vou partir de um princípio: gosto do estrangeiro que gosta do jogador brasileiro. O treinador da que vier para a seleção e não gostar do jogador brasileiro, não é legal. De todos, e pelo momento, eu preferia o Mourinho”, disparou o treinador.
“Vou ser muito sincero. Como profissional não posso falar nada… do trabalho, de tudo. Não gosto da postura do Jorge Jesus. Acho que o Jesus fica o tempo todo criando situações para voltar para o Flamengo. Ele fica sempre criando um clima para voltar, e muitas vezes desestabilizando o próprio Flamengo. Teve momentos em que ele desestabilizou o Flamengo nessas condições. Não gosto da postura dele. Os próprios companheiros dele em Portugal não são muito chegados na postura dele”.
“O Mourinho e o Ancelotti têm uma coisa boa, eles amam o jogador brasileiro. Mas não amam trabalhando aqui, amam trabalhando com eles na Europa. É diferente. Se vai trabalhar com o jogador aqui, você vai se adaptar. Lá na Europa é a linha deles. O Ancelotti tem uma característica totalmente diferente do Mourinho em termos de gerir e administrar o grupo. Até pela linha de comportamento com torcida, imprensa, de fora, acho que o Mourinho é o que mais tem peito aberto, boa postura”.
