Ex-Vasco lembra ‘tensão’ contra Lanús de campeão do mundo: ‘Será se eu vou bater?’

Nesta terça-feira (22), em São Januário, o Vasco tem confronto direto pela liderança do Grupo G da CONMEBOL Sul-Americana contra o Lanús, em duelo com transmissão ao vivo no Disney+, a partir das 21h30 (de Brasília). E o encontro diante dos argentinos resgata algumas memórias do passado.

Em 2012, no ano seguinte à conquista da Copa do Brasil e do vice-campeonato do Brasileirão, o Cruzmaltino esbarrou com o Granate nas oitavas de final da CONMEBOL Libertadores. E o confronto só foi decidido nos pênaltis, após dois jogos “nervosos” no Rio de Janeiro e, posteriormente, em Buenos Aires.

O Vasco, para a alegria de sua torcida, avançou às quartas. Mas quem esteve em campo lembra muito bem das dificuldades que os cariocas enfrentaram. E da classificação que só veio depois de 10 cobranças de pênaltis.

Em entrevista exclusiva à ESPN, o volante Rômulo, que esteve em campo nas duas partidas, recordou do confronto como um dos mais difíceis da carreira. E lembrou da tensão que tomou conta dos jogadores do Vasco após confirmada a definição da marca da cal.

Na ida, em São Januário, o Cruzmaltino venceu por 2 a 1, placar que se repetiu na capital portenha. Mas com o Lanús conseguindo uma virada após Nilton abrir o placar para os cariocas, levando a decisão para os pênaltis.

“É muito difícil jogar lá (no estádio do Lanús), é uma pressão gigante da torcida. A gente fez o gol com o Nilton, um chute espetacular de fora da área, depois tomamos a virada. Foi uma pressão grande que tomamos naquele jogo, mas o nosso time estava muito bem, tanto ofensivamente quanto defensivamente”, lembrou.

“A gente pôde se organizar (após os gols do Lanús), conversando também, chamando a galera para estar mais perto e um poder ajudar o outro, e consequentemente levar o jogo para os pênaltis e sairmos classificados.”

Nos pênaltis, Felipe, Juninho Pernambucano, Carlos Alberto, Renato Silva e Alecsandro foram os escolhidos do técnico Cristóvão Borges. E tiveram 100% de aproveitamento. Mas Rômulo lembra que até mesmo quem ficou de fora, incluindo ele, sentiram a tensão durante a série de cobranças.

“Foi uma disputa de pênaltis muito nervosa na minha carreira. Eu lembro que cada pênalti que passava, a gente naquela naquela apreensão, ‘caramba, será se eu vou bater, será se não’. Graças a Deus a gente saiu com a classificação e comemorou muito também, dentro da casa deles.”

Romero foi quem desperdiçou a única cobrança do time argentino, carimbando o travessão, e logo na sequência Alecsandro fez e carimbou a vaga cruzmaltina. E Rômulo lembra que, à época, a eliminação foi bastante sentida pelo Lanús, que acreditava no título da Libertadores.

E quando Vasco e Lanús foram sorteados no mesmo grupo na atual edição da Sul-Americana, a torcida do clube argentino “vibrou” com a chance de ter a sua revanche. E o ex-volante do Cruzmaltino tentou explicar essa “rivalidade” que surgiu há 13 anos.

“Eles estavam com a expectativa muito grande. Aquele ano a equipe deles era muito boa, talvez a expectativa de ser campeão da Libertadores naquele ano, encontrar a gente e nós eliminando eles. Acho que foi uma coisa que marcou bastante. Passamos por eles e passamos de fase na Libertadores, é uma coisa que marca muito na carreira de qualquer jogador.”

Se hoje o Granate tem Toto Salvio como principal estrela, àquela época o posto era ocupado por ninguém menos que Mauro Camoranesi, argentino naturalizado italiano que foi campeão do mundo com a Azzurra em 2006. E Rômulo lembrou como foi encarar o astro.

“O Camoranesi naquela época já estava em final de carreira, muita qualidade, com um pouco menos de mobilidade, mas era um cara que dava para ver que era sensacional jogando.”

‘O Vasco não pode cair nessa’

Atualmente no Retrô-PE, o volante, hoje com 34 anos, segue acompanhando o Vasco. E também deu alguns conselhos ao time comandado por Fábio Carille. Entre eles, não cair na chamada “catimba” dos argentinos.

“A gente sabe que argentino tem essa coisa da catimba, de querer ganhar o jogo através do contato físico, de dar uma chegada. O Vasco não pode cair nessa, tem vários jogadores experientes. Futebol tem que ser jogado, tentar não cair na provocação deles, eles fazem isso muito bem. Eles tentam colocar a torcida contra o árbitro, fica um clima meio hostil, mas eu acho que o Vasco é um bom time, tem jogadores experientes para poder superar tudo isso e conseguir um bom resultado.”

Rômulo também acredita em um possível título de Sul-Americana para o ex-clube. Algo que nem mesmo o embalado time de 2012 conseguindo, já que caiu nas quartas para o Corinthians, que terminou como campeão.

“(O Vasco) é um time que já vem apresentando um futebol melhor, tentando sair com a organização ofensiva muito boa desde lá de trás. Eu acho que sim, com o trabalho do Carille está podendo melhorar ainda mais o seu jogos, com os jogadores que estão voltando de lesão. Eles tendem a ir muito longe na Sul-Americana, estou torcendo muito para isso.”

‘Poderia mudar totalmente a história’

Ainda sobre a Libertadores de 2012, Rômulo lembrou do fatídico confronto diante do Timão, que só avançou à semifinal graças a um gol de Paulinho, no Pacaembu. E no mesmo duelo, Diego Souza ainda perdeu um gol incrível, que terminou em defesa de Cássio.

E para o ex-Cruzmaltino, aquele gol poderia ter mudado a história do Vasco e também os rumos da competição. Nos bastidores, não houve qualquer tipo de “bronca” dos demais jogadores com Diego Souza nos vestiários, como lembrou Rômulo.

“O Corinthians estava em uma fase muito boa, a gente fez um grande jogo no Pacaembu, infelizmente em uma desatenção um pouco em um escanteio, tomamos o gol que acabou matando aquele jogo. Antes disso tem a emblemática bola do Diego Souza, o Cássio foi muito feliz na defesa e tirou aquele gol do Vasco, que poderia mudar totalmente a história do jogo e daquela Libertadores também”, disse.

“Marcando um gol no time deles lá ia ficar muito difícil para eles porque a torcida ia jogar pressão em cima deles, e a nossa equipe realmente vinha em uma fase muito boa. Aquele lance é uma bola espirrada, o Diego Souza saiu de cara, teve muito tempo para pensar também, saiu arrastando a bola do meio-campo para a área, acabou tomando a decisão de definir a jogada um pouco antes. O Cássio foi muito feliz na jogada.”

“Após o jogo estávamos apenas parabenizando (o Diego) porque naquele momento ele fez a coisa que ele achou que era a certa, tentar tirar do goleiro. Uma rara felicidade do Cássio colocou o time deles na fase seguinte da Libertadores e, consequentemente, sendo campeões.”

Onde assistir a Vasco x Lanús?

O duelo entre Vasco e Lanús, pela CONMEBOL Sul-Americana, tem transmissão ao vivo no Disney+, nesta terça-feira (22), às 21h (de Brasília).

Próximos jogos do Vasco:

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