A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, negou interesse em audiência de conciliação com Dudu, do Cruzeiro, no processo criminal movido pela dirigente contra o atleta em janeiro deste ano, que corre na 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Em petição à qual a ESPN teve acesso, a cartola apontou “machismo” do atacante na postagem com ofensas feita por Dudu no Instagram contra ela, que acabou dando origem a um processo cível de danos morais, que corre na Justiça de São Paulo, e também à queixa-crime.
“Seguramente, não fosse a querelante mulher, ele teria tido mais cuidado e parcimônia nas suas palavras”, escreveram os advogados de Leila.
Na sequência, os representantes da presidente palestrina citaram entrevista recente de Dudu na qual ele comentou as fortes críticas feitas pelo dono da SAF do Cruzeiro, Pedro Lourenço, ao elenco celeste.
Na ocasião, o magnata afirmou que a Raposa “errou muito” na escolha dos reforços e falou grosso, salientando que o time mineiro trouxe atletas que “não deveriam” ter sido contratados. O atleta, por sua vez, respondeu que, como o empresário é proprietário do clube, poderia falar o que quisesse.
“Ele é dono do clube, ele fala e faz o que ele quiser. Ele é dono do clube, a gente não tem que falar nada, não tem que ficar chateado com nada. A gente tem que fazer as coisas acontecerem dentro de campo”, disse Dudu.
“Enquanto a gente não fizer, a gente vai ficar escutando dele, de vocês da imprensa. Infelizmente o futebol é desse jeito. Tem que se fechar o grupo, comissão técnica”, completou.
Os advogados de Leila, por sua vez, disseram que o “Baixola” teve “postura bem mais branda e serena” do que a demonstrada em sua tumultuada saída do Palmeiras, no final do ano passado.
“O querelado, ao ser entrevistado a respeito do teor das recentes declarações do dono do Cruzeiro (Sr. Pedro Lourenço), nas quais ele disse ter se arrependido de algumas das contratações efetuadas no ano corrente, limitou-se a tratar o assunto com naturalidade, sem qualquer ofensa a quem quer que fosse”, argumentaram.
“Nota-se que, naquela sua entrevista, mesmo após as ácidas críticas tecidas pelo atual dono do Cruzeiro – cujas palavras têm o condão de atingir todo o elenco -, o querelado, curiosamente, teve uma postura bem mais branda e serena do que aquela adotada em face da querelante”, seguiram.
“Essa diferença de tratamento, certamente, tem raízes no machismo e na misoginia, pois, infelizmente, no meio do futebol, tecer ofensas à uma mulher parece ser bem mais fácil do que a um homem”, complementaram.
Por fim, os representantes de Leila salientaram que a dirigente “não tem interesse na realização da audiência de conciliação designada” e prometeram que a presidente alviverde irá até o fim com o processo.
“(Leila) Entende que não nada irá superar a dor (moral) e o vexame que as ofensas perpetrada pelo querelado lhe causaram (e ainda lhe causam)”, justificaram.
Na queixa-crime, Leila Pereira pediu que Dudu seja punido com as penas previstas no Código Penal Brasileiro por dois crimes contra a honra: injúria (ofender a dignidade e decoro) e difamação (atribuir fato ofensivo à reputação).
Já na ação cível, que corre na 11ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), a dirigente pediu que o atacante seja condenado a pagar R$ 500 mil em danos morais (mais 20% em honorários), sob pena de arcar com multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento.
Em caso de vitória da cartola, todo o dinheiro da será doado a uma entidade que abriga mulheres em condições de vulnerabilidade, segundo os autos.