Louco por livros: Celso Unzelte apresenta seu escritório de tantas inspirações

Pense num cara que tem uma memória gigantesca quando o assunto é futebol.

Se você pensou em Paulo Vinícius Coelho, o PVC, bateu na trave.

Então, pense numa pessoa generosa, humilde e capaz de atender a todos com extremo carinho e educação.

Se você lembrou do saudoso jogador de basquete, Wlamir Marques, você quase marcou uma cesta fantástica de três pontos.

Essas características citadas acima definem bem o jornalista Celso Unzelte, 57 anos de idade e 40 deles dedicados a pesquisar e colecionar tudo que possa ter algo relacionado à história do futebol brasileiro e mundial.

Celso Dario Unzelte apresentou pela primeira vez seu fantástico acervo em julho de 2002, quando o finado programa “Loucos Por Futebol”, da ESPN, enviou uma equipe para mostrar seu extraordinário arquivo pessoal.

Na época, tudo ficava acondicionado num modesto quartinho, nos fundos da casa dele, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo.

Aquela visita foi para falar sobre o “Almanaque do Timão”, lançado em 2000 e a primeira publicação de Celso. Com mais de 500 páginas de texto, aquela publicação foi um divisor de águas na literatura esportiva do país.

Celso não fazia ideia que já ali marcou o nome na história: antes dele nunca um jornalista brasileiro fez algo tão completo para narrar a história de um clube. Além da lista e das fichas técnicas dos jogos do Corinthians, ele incluiu pequenas biografias dos grandes e pequenos personagens que fizeram a história de grandeza do clube paulistano.

Depois que ele virou o Pai dos almanaques no Brasil outras tantas publicações foram lançadas por ele, inclusive o “Almanaque do Palmeiras”, time rival de seu coração (veja abaixo lista de livros de Celso).

Mais que um amante do Corinthians, Celso é apaixonado por livros, jornais e revistas. Tanto que no seu novo escritório ele acondiciona raridades e publicações preciosas que já não são mais confeccionadas nem veiculadas.

Passear pelo escritório dele, conhecido como DEDOC, isto é, Departamento de Documentação de Celso Unzelte é, além de uma bela viagem no tempo, uma chance de abrir a cabeça para o universo do conhecimento.

Afinal são milhares de exemplares dos mais diversos registros e documentos históricos relacionados ao futebol.

Dos 25 livros publicados, ele afirma que muitas vezes teve que fazer vaquinha, quase pôr dinheiro do bolso e outras tantas contar com amigos editores que apostaram em seus projetos.

Agora imagine se Celso Unzelte fosse um escritor inglês, francês, japonês ou norte-americano?

Certamente seria muito mais valorizado, não só como escritor, mas principalmente financeiramente.

Afinal, mesmo sem ganhar dinheiro com suas publicações, Unzelte trata seus livros como uma missão que ele adquiriu ao longo dos anos e jamais abandonou. Na missão que ele desenvolve todos os dias, seja em seu escritório, no Alto do Ipiranga, seja na faculdade onde leciona jornalismo para a Fundação Cásper Líbero, seja no “F360”, no “Linha de Passe” ou em seu novo programa dedicado à memória do esporte, exibido todo final de mês, o “Clássicos ESPN”.

“Teve uma vez que eu publiquei um livro e me pagaram R$ 300,00. Pra você ter uma ideia de como é a vida de um escritor, na mesma semana o meu carro fundiu o motor e eu tive que gastar R$ 5 mil para consertá-lo. Essa é a vida de um escritor e pesquisador. Mas, em contrapartida, o que eu ganho é conhecimento e cada vez que escrevo um livro eu tenho a certeza de que escrevo pra mim e para pouquíssimos apaixonados leitores, pouquíssimos loucos por livros como eu”.

Se por um lado o escritor e pesquisador é pouco valorizado pelos amantes do futebol, por outro Celso é idolatrado por gente como o piauiense Severino Filho, fundador da ABLF (Academia Brasileira de Livros do Futebol).

Celso Unzelte é um cidadão que faz questão de enaltecer e de não deixar morrer a memória dos nossos grandes escritores de livros do futebol. Neste 23 de abril, Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, essa é uma homenagem da ESPN ao nosso Louco Por Livros.

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