Os duelos e como Abel x Ceni virou rivalidade à parte

O duelo entre Palmeiras e Bahia neste domingo (27), no Allianz Parque, carrega em campo mais do que a disputa por pontos no Brasileirão. Ele traz consigo uma rivalidade que vem ganhando grandes contornos entre os técnicos Abel Ferreira e Rogério Ceni – duas das figuras mais expressivas e temperamentais do futebol brasileiro nos últimos anos.

Desde que o português desembarcou no Brasil para assumir o comando do Alviverde, em 2020, Ceni já passou por Flamengo, São Paulo e agora lidera o time baiano. O confronto entre eles soma 13 partidas: seis vitórias para Abel, quatro para Ceni e três empates. Um retrospecto equilibrado, marcado por polêmicas, trocas de farpas e um histórico de jogos tensos.

Uma das declarações mais polêmicas de Abel Ferreira aconteceu na primeira final do Campeonato Paulista de 2022, quando o São Paulo venceu o Palmeiras por 3 a 1 no Morumbis. O português se irritou com a arbitragem de Douglas Marques das Flores e, principalmente, com o VAR, após um pênalti marcado para o Tricolor por toque de mão de Marcos Rocha e outro, que supostamente teria acontecido em Gustavo Gómez, não revisado.

“A regra diz que precisa ser escandalosa, clara, como foi o pênalti do Gómez. E aí o VAR estava a comer pipoca, não viu e foi comer pipoca. Sequer chamou o árbitro. Faça o que fizer, este Paulista já está inquinado (manchado)”, disse Abel na ocasião.

A frase virou meme, provocação entre torcedores e simbolizou a indignação do treinador com decisões da arbitragem em jogos decisivos. O curioso é que no jogo da volta, mais uma vez com arbitragem bastante polêmica, mas dessa vez supostamente favorecendo o seu time, Abel e o Palmeiras fizeram 4 a 0 no rival e conquistaram o título.

Meses depois, em julho de 2022, os dois rivais se reencontraram pela Copa do Brasil e o São Paulo eliminou o Palmeiras nos pênaltis após perder por 2 a 1 no tempo normal, no Allianz Parque. Mais uma vez, Abel voltou a apontar para o imponderável:

“Para mim existe sorte no futebol. O São Paulo foi mais competente nos pênaltis do que o Palmeiras. No tempo regulamentar, o Palmeiras deveria, pelas oportunidades que criou, matar o jogo. Há situações que só se explica dizendo: são coisas do futebol. E o que aconteceu hoje aqui foi futebol, foi magia. Quer vocês gostem ou não, na nossa vida precisamos de uma pontinha de sorte. Competência e sorte, como já tivemos em outros jogos. Não estou dizendo que o São Paulo só ganhou com sorte. Mas é preciso ter sorte. O São Paulo, desculpem, teve”.

Na coletiva após o mesmo jogo, Rogério Ceni não deixou barato e respondeu com ironia às declarações do rival, lembrando da final da Supercopa do Brasil de 2021, quando, comandando o Flamengo, venceu o Palmeiras também nos pênaltis.

É a segunda vez que eu tenho sorte contra ele. Na Supercopa, com o Flamengo, eu tive sorte e fomos campeões. Hoje, também, a sorte veio. […] Eu não tenho problema em reconhecer. Na final do Paulista, no primeiro jogo fomos superiores, o Palmeiras foi no segundo”.

Depois que Ceni deixou o São Paulo, a rivalidade entre os dois deu uma diminuída, até porque os números de confrontos decisivos diminuíram. Porém, nada que não possa voltar neste domingo, já que o Alviverde acumula vitórias em sequencia e é o líder do Campeonato Brasileiro, tentando abrir vantagem na ponta justamente no retorno ao seu estádio, onde não joga desde o dia 9 de abril.

Já o Bahia, com apenas uma vitória no torneio, ainda tenta se estabilizar para repetir o ano passado e fazer uma boa campanha.

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