As conversas para que Carlo Ancelotti se torne técnico da seleção brasileira seguem avançando em bom ritmo. Como antecipou a ESPN, já há “sinal verde” do italiano à CBF para assumir a equipe assim que deixar o Real Madrid, após o fim da temporada de LALIGA.
Entre os pontos discutidos neste momento, com intermediários atuando pelo acerto diretamente em Madri, está o futuro local de moradia de Ancelotti e sua mudança para o Brasil e também o salário que receberá no comando da seleção pentacampeã do mundo.
Segundo soube a reportagem, os vencimentos de Ancelotti deverão ser mais do que o dobro do que recebiam Tite, que comandou o Brasil nas Copas do Mundo de 2018 e 2022, e Dorival Júnior, o antecessor, agora no Corinthians, demitido no último mês de março. O valor ficaria na casa de 700 mil euros (quase R$ 4,5 milhões na cotação atual).
Além de Ancelotti, a CBF também deve contratar três ou quatro profissionais de sua confiança, incluindo o filho e auxiliar Davide. Houve um pedido, contudo, do treinador para ter um ex-jogador da seleção brasileira a seu lado, e as sondagens por um nome já foram iniciadas.
Diego Fernandes, homem de confiança de Ednaldo, e Pepe e Álvaro Costa, pai e filho que trabalharam por muitos anos ao lado de nomes como Lionel Messi e Neymar no Barcelona, são três interlocutores importantes nessa conexão entre Brasil e Espanha.
Pepe, por exemplo, tem sugerido nomes de ex-jogadores que podem trabalhar ao lado de Ancelotti e já faz contatos para entender as possibilidades para um acerto. O ex-zagueiro Juan, hoje gerente técnico da CBF, não assumiria essa função, segundo apurou a ESPN.
Do lado da CBF, a posição oficial se mantém, de que apenas o presidente Ednaldo Rodrigues e o diretor de seleções Rodrigo Caetano conduzem a escolha do novo treinador.
A entidade mantém toda discrição no processo e também não quer pressão sobre Ancelotti e o Real Madrid, respeitando o timing do clube espanhol, que é quem conduzirá o processo para a saída do treinador multicampeão após o último compromisso do time em LALIGA.
As reuniões entre as partes, aliás, seguem, e nos próximos dias o próprio Ancelotti deve sentar com o presidente Florentino Pérez para acertar detalhes de sua despedida.
O Real já foi informado das conversas com a seleção brasileira e não põe empecilhos para a saída do técnico mesmo antes da disputa do Mundial de Clubes, nos Estados Unidos.
A CBF já trabalha, por exemplo, que a próxima convocação, para a Data Fifa que terá jogos contra Equador e Paraguai, no início de junho, seja feita por Ancelotti, ainda que ele não tenha se desligado do Real – já que a partida contra a Real Sociedad acontece em 24 de maio.
É que a convocação deve ser feita até o dia 26, justamente a data projetada para que o italiano desembarque no Rio de Janeiro, como antecipado pela ESPN.
O Brasil entra em campo contra o Equador, no que deverá ser a estreia de Ancelotti, no dia 5 de junho, fora de casa. A CBF precisa entregar à Fifa uma pré-lista de convocados até 18 de maio, e fechar os nomes finais para o compromisso até o dia 26.
A derrota do Real para o Barcelona no último sábado (26), por 3 a 2 na prorrogação da final da Copa do Rei, acabou tendo peso para a saída de Ancelotti, já que o Real deve fechar a temporada sem títulos importantes – a não ser que o time tire quatro pontos de desvantagem em LALIGA.
Já o primeiro compromisso com Ancelotti em terras brasileiras seria o duelo contra o Paraguai, em 10 de junho, em partida marcada para a Neo Química Arena, casa do Corinthians, em São Paulo.
Nas eliminatórias sul-americanas para a Copa, o Brasil ocupa a quarta colocação, com 21 pontos, mesma marca de Uruguai (terceiro lugar) e Paraguai (quinto). A liderança da classificação é da Argentina, já assegurada no Mundial, com 31 pontos, seguida do Equador, que tem 23.
O Brasil está sem técnico desde a demissão de Dorival Júnior, após revés para a Argentina, por 4 a 1, em Buenos Aires, no final de março.