Como PSG e Luis Enrique mudaram vida de Arteta, rival pela Champions League

O confronto entre Arsenal e PSG pelo jogo de ida semifinal da Champions League nesta terça-feira (29), em Londres, será especial para Mikel Arteta, técnico dos Gunners. O comandante, ex-meio-campista, atuou pelo time francês no início de carreira – e Luis Enrique, atual treinador do Paris, foi, sem querer, um dos responsáveis por isso.

A história aconteceu na temporada de 2000/01. À época, o então jovem Arteta, com 18 anos, atuava pelas categorias de base do Barcelona. Ele vivia expectativa de subir ao elenco profissional, mas esbarrava na concorrência. O time de cima do Barça tinha estrelas como Pep Guardiola, Emmanuel Petit, Phillip Cocu, Ivan De la Pena, Jari Litmanen e… Luis Enrique.

Não bastasse o espaço na equipe principal ser pouco, por conta da qualidade dos atletas, ele ainda disputava vaga com seus companheiros de base. Ninguém menos que Xavi e Iniesta, entre outros.

Foi então que uma oportunidade surgiu. Em dezembro de 2000, Luis Fernández, que havia sido multicampeão com o PSG no meio da década de 90, voltava ao clube francês com a missão de rejuvenescer o elenco e recolocar a equipe nos trilhos.

Uma das ideias do treinador foi tirar o jovem Arteta da base do Barcelona e levá-lo a França.

“Foi assustador para mim e minha família. Estávamos em Barcelona quando recebemos a ligação: ‘Você precisa fazer as malas e voar para Paris agora’. Eu tinha 18 anos, não tinha jogado nenhuma partida profissional na minha vida”, relembrou Arteta, ao site oficial do Arsenal.

“Aí você olha aqueles nomes [do elenco do PSG] e pensa: tem certeza que é o certo? Luis Fernández foi quem acreditou em mim. É isso que todo mundo precisa, alguém para te dar uma chance e estar cercado das pessoas certas. Eles me protegeram como um filho, então foi um ambiente perfeito para eu descobrir do que era capaz”, completou.

Apesar da insegurança e desconfiança, Arteta foi para o PSG. E deu tudo certo: ele atuou pelo clube por um ano e meio. Fez 53 jogos, marcou cinco gols e foi bem. Ainda deu sorte de atuar com outro atleta que começava a carreira: Ronaldinho Gaúcho.

“Fomos colegas de quarto por um ano e meio. Ele era um talento enorme. Tinha uma aura, uma energia, um sorriso no rosto… era impossível estar ao lado dele e estar de mau humor. Eu nunca tinha visto um talento como aquele. Nos treinos, em cada exercício, era tipo: ‘Como isso é possível?’. Fisicamente, é impossível fazer certas coisas. Era inacreditável jogar com ele”, disse Arteta.

O atual técnico do Arsenal entrou em campo em quatro jogos de Champions League com a camisa do PSG: dois empates por 1 a 1 contra o Milan, uma derrota por 4 a 3 para o Deportivo La Coruña e uma vitória por 2 a 0 sobre o Galatasaray – deu uma assistência no triunfo.

Agora, anos depois, vai tentar eliminar o clube que lhe abriu as portas como jogador. Arsenal e PSG iniciam a disputa nesta terça e decidem de vez a vaga na final na outra semana, em Paris.

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