A situação financeira do Corinthians é dramática e coloca até a “continuidade operacional” do clube em “dúvida significativa”.
É o que diz o balanço financeiro auditado do clube, que foi rejeitado pelos conselheiros e publicado nesta quarta-feira (30) na edição impressa do jornal O Estado de S. Paulo.
Ao fim de 2024, o primeiro ano da gestão de Augusto Melo, o Corinthians tinha uma dívida de R$ 2,468 bilhões, ou R$ 829,248 milhões a mais do que no ano anterior.
Junto com um déficit na temporada de R$ 181,7 milhões, o sinal vermelho foi ligado pela empresa que auditou de forma independente as contas do clube.
Em mensagem enviado aos conselheiros e administradores corintianos, o alerta é forte.
Aponta que o Corinthians tem um patrimônio líquido negativo de R$ 425 milhões. No ano passado, também era negativo, mas com número mais modesto: R$ 114 milhões.
Ter patrimônio líquido negativo significa que uma empresa, ou um clube neste caso, pode vender todos os seus bens e ativos e ainda assim não conseguiria pagar sua dívida.
No caso corintiano, quer dizer que mesmo se vendesse todo seu patrimônio, o clube ainda deveria R$ 425 milhões.
Com esse cenário, a auditoria aponta um cenário nebuloso.
“Esses eventos [déficit e patrimônio líquido negativo] indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional do Clube. Nossa opinião não está ressalvada em relação a esse assunto”, escreveram.
Existem ressalvas no balanço corintiano que podem fazer a situação do clube ainda pior.
Uma das principais é a ausência dos resultados financeiros de seu estádio no balanço do clube, o que segundo a auditoria o Corinthians deveria divulgar, “de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil”.
E faz novo alerta.
“Se o clube tivesse apresentado demonstrações financeiras consolidadas [do estádio], alguns elementos nas demonstrações financeiras teriam sido afetados de forma relevante. Os efeitos da não apresentação de demonstrações financeiras consolidados [do estádio] não foram determinados”.