Aprovada, com com “restrições”.
Essa é a opinião da Polícia Militar paulista, em laudo assinado em dezembro de 2024 e com validade até o final deste ano, sobre a segurança da Vila Belmiro.
O estádio foi novamente palco de conflitos e caos nesta quinta-feira, depois do empate do Santos com o CRB em 1 a 1, pela Copa do Brasil.
A confusão aconteceu tanto dentro como fora da Vila, que acumula punições por atos de violência em suas instalações.
No laudo técnico, publicado no site da Federação Paulista de Futebol, a polícia paulista aponta falhas na segurança do estádio, tanto externamente como internamente.
A polícia diz que só permite uma capacidade máxima de 15.500 lugares, apesar dos supostos 20.360 lugares do estádio.
“A capacidade real do estádio, levando em consideração a dinâmica de torcedores de futebol, o comportamento humano inserido dentro do contexto de ‘massa’ e as condições estruturais para o emprego do policiamento nas arquibancadas, comporta o número máximo de 15.500 torcedores”, justifica a PM.
A polícia paulista tem especial preocupação com a invasão do gramado, como aconteceu em um jogo contra o Corinthians.
Alega que os vidros laminados que têm a função de barreira entre a arquibancada e gramado são baixos.
“Essas medidas se mostraram ineficazes diante da ação de torcedores que tentam invadir o gramado, ocorrendo episódios de invasão a partir do momento que houve a diminuição das barreiras mencionadas.”
A PM também critica a distância entre as barreiras das arquibancadas e o gramado.
“O modelo adotado pelo Santos Futebol Clube prejudica a atuação eficaz do policiamento interno, pois diminuiu as barreiras físicas na última reforma do estádio e a distância entre o gramado e as citadas barreiras continuou com a mesma medida, prejudicando o posicionamento do efetivo no interior do estádio, o que contribuiria para a prevenção de invasões”.
E, em bold, reforça.
“A restrição descrita neste item já foi imposta nos últimos dois laudos de segurança (2023 e 2024), contundo o Clube não fez as reformas necessárias, motivo pelo qual novamente faz-se necessário constar a adequação.
O laudo da polícia sobre a Vila Belmiro também apontou que em dezembro a fixação das cadeiras no estádio estavam soltas.
Também citou que um portão de acesso ao gramado tinha “trava simples”.
Existe também preocupação da polícia com os arredores da Vila.
“O estádio está localizado em uma área residencial, com ruas estreitas, o que dificulta o planejamento e a execução do policiamento, além de trazer prejuízos e transtornos aos moradores vizinhos”, diz a polícia, que aponta a idade da Vila como uma dificuldade a mais.
“O Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro) tem uma estrutura antiga e pouco adequada aos grandes eventos esportivos (acima das 10.000 pessoas)… As vias de fuga são estreitas, gerando redução no fluxo de pessoas, sendo possível deslocamento do público para o gramado através da abertura de portões em 3 pontos distintos”.
Com esses pontos, a PM classificou a segurança da Vila como “aprovada, mas com restrições”.
Em contato com a ESPN, Marcelo Teixeira, presidente do Santos, reconheceu a recomendação da polícia sobre o aumento da altura das divisórias de vidro, mas disse que não existe problema de invasão na Vila.
A direção de patrimônio do clube também foi procurada, mas até a publicação desta nota não respondeu (o texto será modificado assim que houver o contato).