A possibilidade de Carlo Ancelotti ser o novo técnico da seleção brasileira tem agitado o futebol nacional nos últimos dias. Dois personagens que já passaram pelo comando da Canarinho, Dunga e Vanderlei Luxemburgo, deram suas opiniões sobre o italiano assumir o cargo.
Dunga, que dirigou o Brasil na Copa do Mundo de 2010, quando chegou até as quartas de final, ressaltou a “confusão política na CBF” e disse que vê Ancelotti ficando “perdido” em meio ao caos que tomou conta do futebol brasileiro nos últimos meses.
“Acho que tinha que ser um treinador brasileiro. É um grande nome. Faltam dois jogos pelas eliminatórias. O que ele conhece dos jogadores brasileiros? Apensar que muitos jogam na Europa. Mas a cultura brasileira, o que ele conhece? A cobrança, insistência…e no momento em que está, essa confusão (política na CBF), ele vai ficar meio perdido, né? Não sabe com quem falar, quem orientar, o que fazer”, analisou Dunga em participação no programa Galvão e Amigos.
“Acho que [tem que ser] um treinador brasileiro que conhece o mercado, levar mais quatro ou cinco jogadores campeões do mundo para respaldar o treinador, não deixar sozinho. A parte política da CBF tem que ficar afastada e deixar quem é do futebol comandar o futebol. A Argentina fez isso, a Itália fez isso, a Alemanha fez isso. O treinador tem que pensar no time que vai treinar. E essa comissão vai dar uma proteção com a imprensa, parte política da CBF…deixar os caras afastados”, finalizou.
Luxemburgo foi técnico da seleção brasileira entre agosto de 1998 e setembro de 2000. Atualmente sem clube, o treinador indicou um outro brasileiro para assumir o cargo: Renato Gaúcho, atualmente no Fluminense.
“Está todo mundo falando esse negócio de técnico. Ancelotti, Jorge Jesus, Abel Ferreira. São ótimos treinadores. Ancelotti é um excelente treinador, para mim um grande nome do futebol mundial. Jorge Jesus é bom treinador, mas veio ganhar no Flamengo, aqui no Brasil. Abel veio ganhar no Palmeiras, aqui no Brasil. O momento é seguinte: a instabilidade é muito grande. Tem que pegar um treinador brasileiro e o meu nome é o Renato”, comentou.
“Ele tem a essência do futebol brasileiro. Tem aquela coisa que vai criar uma empatia, que é a coisa que mais precisa hoje. O problema não é o técnico. É criar uma empatia da seleção brasileira com a população. Passar a ter credibilidade, um técnico que passe a mensagem que o torcedor quer ouvir, que o torcedor vai se identificar. Ao meu ver tem que tomar a decisão. Quem vai ser o treinador? Vai ser o Renato Gaúcho? Ponto. Quem vai vir com você? Ponto e acabou. Precisa passar uma borracha nisso o mais rápido possível”.