‘Rei’ da Série B passa a limpo Batalha dos Aflitos após 20 anos: ‘Campeão, Mano foi para o Corinthians. Vice, estou peleando até hoje’

No dia 26 de novembro de 2005, a Série B do Brasileirão assistiu a um dos episódios mais marcantes da sua história: a Batalha dos Aflitos. O confronto entre Náutico e Grêmio, pela última rodada do campeonato, valia o acesso à elite nacional. Mas não só isso.

O que aconteceu naquela tarde de sábado em Recife pode ter afetado diretamente na carreira de dois personagens que estavam na beira do gramado: os técnicos Roberto Cavalo, do Náutico, e Mano Menezes, do Grêmio.

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Mas antes é preciso refrescar a memória de quem não se lembra da Batalha dos Aflitos:

  • Grêmio e Náutico disputavam o quadrangular final da Série B com Santa Cruz e Portuguesa. Todos chegaram para a rodada decisiva com chances de acesso, embora a Lusa não dependesse apenas de si.

  • O Grêmio era o líder com nove pontos e o Santa Cruz vinha na vice-liderança com sete. Já o Náutico tinha seis e a Portuguesa, cinco. Apenas os dois primeiros garantiriam o acesso à Série A de 2006.

  • Na rodada decisiva, o Grêmio jogava pelo empate para subir e pela vitória para ser campeão da Série B. Já o Náutico conquistaria o acesso apenas se vencesse o confronto direto contra o Tricolor.

  • A partida nos Aflitos estava empatada em 0 a 0 quando, aos 35 minutos do segundo tempo, Djalma Beltrami assinalou pênalti a favor do Náutico. O lance deu início a uma confusão generalizada e que terminou com três jogadores do Grêmio expulsos: o lateral-direito Patrício, o zagueiro Domingos e o volante Nunes.

  • Depois de 27 minutos de paralisação e ameaça do Grêmio sair de campo, o jogo recomeçou. O goleiro Galatto defendeu o pênalti cobrado pelo lateral Ademar e no lance seguinte o meio-campista Anderson fez 1 a 0 para o Grêmio.

  • Mesmo com sete jogadores em campo – o lateral-esquerdo Alejandro Escalona havia sido expulso minutos antes do pênalti –, o Tricolor segurou o resultado e garantiu o acesso à elite com o título da Série B.

Se a Batalha dos Aflitos é lembrada com orgulho pelos tricolores mesmo depois de 20 anos, quem viveu a história do lado alvirrubro convive com o sentimento de que tudo poderia ser diferente se Ademar tivesse convertido o pênalti.

Enquanto Mano Menezes viu a carreira decolar, passando por Corinthians, Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Internacional, Fluminense e seleção brasileira, Roberto Cavalo não conseguiu mudar de patamar e ficou conhecido como o “Rei da Série B”.

Afinal, foram mais 15 anos seguidos trabalhando na divisão, dirigindo CRB, Marília, Gama, Criciúma, Bahia, Paraná, Vila Nova, Bragantino, Grêmio Barueri, Oeste e Botafogo-SP. Hoje, comanda o Itabaiana-SE na Série C.

“O Mano Menezes naquela época não estava tão firme no cargo, se a gente se classificasse com certeza o Mano Menezes não seria tudo o que é hoje, por mais que seja um baita profissional e meu amigo”, afirmou Cavalo em entrevista à ESPN.

“O que brincam é que o Mano Menezes foi campeão, foi para Corinthians e seleção brasileira, e o Roberto Cavalo foi contratado pelo Santo André e está “peleando” até hoje nesses times para ver se consegue o acesso. Realmente decide”, completou.

Aquela tarde mexeu não só com a carreira dos dois, mas também a dos clubes. O Grêmio voltou a competir em alto nível e chegou a ser campeão da CONMEBOL Libertadores em 2017, já sob o comando de Renato Gaúcho. O Náutico, por sua vez, disputou a elite em apenas cinco anos (2007, 2008, 2009, 2012 e 2013).

Duas décadas depois, Mano Menezes retornou ao Grêmio. Escolhido para substituir Gustavo Quinteros, o treinador chegou no dia 21 de abril e ainda não conseguiu emplacar bons resultados. Em cinco jogos sob seu comando, o Tricolor teve três empates, uma derrota e apenas uma vitória.

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