Filipe Toledo está de volta — e com tudo. Na madrugada deste sábado (10), o bicampeão mundial venceu a etapa da Gold Coast, na Austrália, em uma performance dominante contra o australiano Julian Wilson, e subiu ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez desde o retorno ao Circuito Mundial de surfe (WSL).

Na temporada 2024, o brasileiro fez uma pausa em sua vitoriosa carreira para cuidar da saúde mental. E o reencontro com as vitórias não poderia ter um gosto mais especial: foi justamente na Gold Coast que, dez anos atrás, Filipinho conquistou sua primeira vitória na elite do surfe — também contra Wilson.

E para isso, o percurso dentro do campeonato não foi fácil. Apenas neste sábado, ele precisou vencer três baterias. Nas quartas de final, Toledo superou Yago Dora, atual vice-líder do ranking, com uma apresentação sólida e segura. Na semifinal, brilhou contra outro compatriota, Alejo Muniz, seu amigo de longa data, em uma bateria marcada por uma nota 10 — após uma onda executada com perfeição, com direito a tubo e aéreo.

Na decisão contra Julian Wilson, Filipe começou agressivo. Logo aos três minutos de bateria, aplicou um aéreo com rotação completa, sua marca registrada, e garantiu 8,33 dos juízes. O australiano respondeu, mas com uma nota menor: 8,10.

O duelo seguiu quente. Wilson cravou 7,73 em uma boa combinação de manobras, mas Toledo respondeu com estilo: achou um tubo raro nas condições de Burleigh e finalizou com potência, arrancando 8,53.

Com confiança em alta, o brasileiro esperou a melhor onda e não desperdiçou: encaixou duas manobras fortes para anotar 9,07, praticamente garantindo o título. Julian ainda levantou o público local com notas 8,80 e 8,40, mas ficou atrás. Placar final: 17,60 a 16,90 para o brasileiro.

A vitória reitera a “freguesia” de Wilson contra Filipinho. Desde aquela final em 2015, os dois já haviam se enfrentado outras cinco vezes em baterias diretas, com cinco vitórias do brasileiro contra apenas uma do australiano.

De volta ao páreo

A vitória na Gold Coast é a 18ª de Filipe Toledo na elite, somando as duas finais do WSL Finals que lhe renderam os títulos de 2022 e 2023. É também seu primeiro triunfo desde o retorno ao tour, e recoloca o surfista entre os principais candidatos ao título de 2025.

O Brasil segue forte no circuito. Com seis etapas disputadas, seis atletas do país estão dentro do Top-22, zona de corte que garante permanência na segunda metade da temporada: Italo Ferreira (1º), Yago Dora (2º), Toledo (6º), Miguel Pupo (9º), Alejo Muniz (16º) e João Chianca (22º).

Já Deivid Silva (26º), Ian Gouveia (28º), Samuel Pupo (29º) e Edgard Groggia (33º) precisam buscar resultados em Margaret River, também na Austrália, última etapa antes do corte do meio da temporada.

No feminino, Luana Silva aparece na 9ª posição.