A ótima relação que Carlo Ancelotti sempre teve com brasileiros, e que tem especialmente com alguns jogadores da seleção, é só um dos fatores, e nem é o mais relevante, para fazer dele o melhor nome para dirigir o Brasil na Copa do Mundo de 2026.
Os outros são até mais óbvios: trata-se do maior vencedor da história da Champions League, talvez o torneio que mais se assemelhe à Copa do Mundo. É o único técnico a ter ganho as cinco principais ligas da Europa. Discreto, simples e avesso ao egocentrismo de outros candidatos, é o melhor gestor de grupo possível.
Sua comparação com treinadores de patamares inferiores nunca fez muito sentido, na minha visão.
A alegação sobre falta de conhecimento do futebol no Brasil, menos ainda: não só porque é possível reparar essa deficiência, mas porque qualquer um que viesse a ser o técnico convocaria no mínimo 80% de jogadores que atuam na Europa, nos torneios em que o italiano trabalha ou trabalhou.
Outro ponto a seu favor: Ancelotti pode até ser o “preferido de Neymar“, que não se bica com Jorge Jesus, mas ainda assim tem tamanho para não convocar o maior craque do futebol brasileiro atualmente caso ele não esteja jogando, e bem, às vésperas do Mundial. E ter um treinador que estimule Neymar a se dedicar até lá é importante, se não essencial.
Tudo isso não significa que a seleção, sob o comando de Carlo Ancelotti, conquistará a próxima Copa do Mundo.
Qualquer técnico, assim como qualquer seleção, tem mais chances de perder do que de vencer um torneio disputado por outras 47 equipes, algumas delas mais fortes que a do Brasil.
Ancelotti é “apenas” a melhor escolha e, mais incrível do que isso, é um raro acerto da CBF e de seu cambaleante presidente, Ednaldo Rodrigues.
