F1: Senna tem ‘cantinho sagrado’ em Ímola

A estátua de Ayrton Senna em Ímola, na Itália, onde acontece neste final de semana o GP da Emilia-Romagna, sétima etapa do Mundial de F1 de 2025, está coberta de bandeiras e frases e é visitada por milhares de fãs do brasileiro – o curioso é que a grande maioria sequer o viu correr.

O acesso ao local é feito por uma estrada interna do Circuito Enzo e Dino Ferrari, no qual o piloto, então com 34 anos, sofreu um acidente fatal com sua Williams na curva Tamburello, em 1º de maio de 1994 – em 2024, quando se completou 30 anos da perda do ícone, a ESPN produziu dois especiais que seguem no ar à disposição do fã de esporte: ‘Minha Última Volta com Senna’ e ‘Em Senna’.

Há um portão alto de ferro que leva ao parque Acqua Minerale. Ao cruzá-lo, um longo trajeto de concreto, cercado por grama, marca o caminho. À esquerda, há algumas quadras de tênis de saibro, um pouco desgastadas, como se faltasse cor. No final da rua, uma curva à esquerda. Em frente, vemos da cerca a pista de corrida.

Um garoto anda de bicicleta por ali na quinta-feira (15) no momento em que a reportagem da ESPN faz a visita, porque, lembremos, o local é um parque. Mas não é um parque qualquer. Depois de virar à esquerda e percorrer mais uns 50 metros, de repente, da cerca de arame, já não há mais uma visão tão clara do circuito.

A cerca está cheia de bandeiras de todos os tipos, de todos os lugares. Há bandeiras argentinas, chilenas, francesas, americanas… E, é claro, brasileiras. Muitas bandeiras brasileiras e, entre elas, um nome que pode ser lido centenas e centenas de vezes: Ayrton Senna.

Resta mais uma pequena curva para concluir o trajeto. E depois desta pequena caminhada, surge o monumento do ídolo. O inesquecível Senna, tricampeão da F1 (1988, 1990 e 1991, todos com a equipe McLaren, então com carros vermelho e branco de cores predominantes), imortalizado nesta pista e na história do automobilismo e do esporte em geral por seus feitos e sua morte trágica.

O lugar faz a pele arrepiar. Pessoas de várias nacionalidades vêm para tirar suas fotos. A maioria delas, como já relatado acima, não o viu correr, o mais velho dentre elas deve ter cerca de 35 anos de idade – o brasileiro morreu há 31 anos. Mas é isso que lendas como Senna fazem: eles são conhecidos por gerações que nunca o viram. Buquês de flores aos pés da estátua e em sua frente fecham o cenário.

A estátua mostra o brasileiro sentado, como se estivesse em seus carros de F1, dando um show, vencendo corridas e travando batalhas nas pistas e políticas no campeonato mundial. A escultura está brilhando depois que a Tifoseria Ayrton Senna da Itália, um grupo de fãs locais do piloto, a limpou com a permissão do governo da Emilia-Romagna.

Fotos, frases, mensagens, bandeiras… Uma se destaca: é uma austríaca que lembra não só Ayrton, mas também Roland Ratzenberger, o piloto do país europeu que morreu no treino classificatório de sábado daquele mesmo fim de semana trágico de 1994, fato que inclusive revoltara o tricampeão. De fato, o brasileiro carregou essa mesma flâmula em sua Williams para homenageá-lo após a corrida.

Em frente ao monumento, uma loja está nos preparativos finais para começar as vendas na sexta-feira (16), o primeiro dia de atividade no GP da Emilia-Romagna. Tudo dentro dela é de Senna. O boné mais caro, o azul característico do Banco Nacional, custa 60 euros (R$ 380,45) e uma camiseta custa 65 euros (R$ 412,15). Há uma outra camiseta mais barata, 40 euros (R$ 253,63).

Neste domingo (17), quando a bandeira quadriculada for hasteada para o vencedor da sétima etapa da F1 este ano, a estátua de Senna provavelmente terá testemunhado a última visita da categoria à pista, que vive seu último ano de contrato com a categoria e sob uma forte possibilidade de não renovação.

Ainda assim, o local e Ayrton Senna seguirão icônicos e inseparáveis da história da Fórmula 1.

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