Depois de tentar uma candidatura à presidência da CBF na última eleição, o ex-atacante Ronaldo, o “Fenômeno”, detonou o processo eleitoral da entidade máxima do futebol nacional. E criticou o estatuto, que dá soberania às federações.
Em entrevista à TV Band, durante o GP da Emilia-Romagna de Fórmula 1, em Ímola, na Itália, o ex-atleta disse que, enquanto não houver uma mudança na CBF, não há qualquer chance de reforma no futebol brasileiro.
“Não é novidade o que está acontecendo agora. É um momento terrível e o mais impressionante é que nós não vemos uma luz no fim do túnel”, começou por dizer.
“Enquanto o estatuto da CBF for esse em que o poder fica na mão dos 27 presidentes de federações, essa palhaçada vai continuar”, prosseguiu.
“Não há chance de reforma no futebol brasileiro. Muda a página, mas o livro é o mesmo. Tudo farinha do mesmo saco. É uma pena.”
“O futebol brasileiro tem um potencial tão grande, com talentos, jogadores… bastaria apenas uma reforma importante para que a gente pudesse ter esperança de títulos novamente e reconectar a seleção ao torcedor.”
“Isso não vai mudar. Vai maquiar um pouco o que está acontecendo. Mas daqui a pouco volta a mesma história, voltam os escândalos, volta a corrupção. Enquanto o poder estiver nas mãos deles vai ficar entre eles e nada vai mudar.”
Neste domingo (18), em entrevista ao podcast Charla, Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol, que oficializou a sua candidatura à presidência da CBF, falou sobre a tentativa frustrada do “Fenômeno” em ocupar o cargo e criticou a abordagem do ex-jogador.
“A gente tem vários ex-jogadores que podem contribuir bastante para o futebol brasileiro, agora, fazer um parênteses em relação ao Ronaldo, que ele citou que não tinha conseguido fazer os contatos, não ser recebido, enfim. Quando você quer se candidatar a algum cargo eletivo, acho que a primeira coisa que tem que ter é o diálogo, e não uma mensagem por e-mail falando alguma coisa, então, eu vou pedir teu voto, eu vou pedir teu voto por e-mail ou vou te dar um telefonema para a gente conversar e trocar ideias? Este é um primeiro ponto. Ronaldo, pô, eu sou fanzaço, acho uma superpessoa, um superprofissional, e assim, acho que a maneira com que ele chegou nas federações que não foi coerente para um pleito eleitoral para o qual ele queria participar. Assim, acredito que ele chegou de uma maneira meio que equivocada. Mas, assim, a gente tem intenção, sim, de convidar alguns ex-jogadores que podem contribuir neste processo, que podem estar ali junto…”, afirmou.
“Naquele momento, eu já tinha uma posição política definida, e da forma que foi apresentado a mim, por e-mail, eu respondi que já tinha uma posição política definida e que não tinha interesse de conversar com ele naquele momento. Mas isso não fecha a porta pra conversas posteriores”, prosseguiu.
“Assim, é uma campanha eleitoral, você tem que convencer o seu eleitor a votar em você? Como você vai convencer o seu eleitor a votar em você se você não tem o diálogo. Primeiro ponto. Então, aí a gente já mata. Da forma como o Ronaldo chegou, nada contra Ronaldo, nada contra a pessoa do Fenômeno, que eu acho um puta de um ex jogador, profissional, acho que a forma que foi colocada é que não foi a ideal pro momento. Como eu já tinha uma postura, eu sou um homem de palavra, quando dou minha palavra, eu cumpro, então, já estava fechado com o presidente Ednaldo e foi isso que aconteceu.”