Contratado com muita expectativa após fazer sucesso no Fluminense, André chegará ao fim da primeira temporada na Europa tendo conquistado o respeito de torcedores e críticos. Afinal, em apenas uma temporada, o volante de 23 anos conquistou seu espaço com a camisa do Wolverhampton – e sabe muito bem disso.
Em entrevista exclusiva à ESPN, o camisa 7 dos Wolves celebrou o sucesso e os elogios pelo primeiro ano atuando na Premier League.
“A temporada foi positiva para mim, consegui me adaptar bem, com dificuldades nos primeiros meses, mas nada fora do normal. É uma liga muito diferente, com futebol diferente do Brasil. É outra língua, peguei uma comissão totalmente em inglês”, disse.
“Depois, consegui encaixar o jogo, peguei o ritmo daqui. No começo, o time, em geral, não estava bem na tabela, sempre brigando contra rebaixamento, o que se torna mais difícil ainda, mas fizemos um ótimo segundo turno. Agora é fazer os últimos jogos, descansar bem nas férias, para voltar bem para a próxima temporada”, completou.
A boa fase do brasileiro fez também com que ele caísse nas graças da torcida, a ponto de receber até mesmo uma canção especial nos jogos dentro do Molineux.
“Os torcedores até fizeram uma música aqui, igual no Fluminense eu tinha. Mas o mais importante é estar se doando em campo, nos treinos, pelo time. Se o time estiver bem, todo mundo ganha, todo mundo evolui, joga bem. Estou muito feliz com a torcida, eles prestam total apoio aqui. Espero poder continuar aqui por um bom tempo, e que o time possa almejar coisas maiores na liga”, afirmou.
Na temporada 2024/25, André viveu a realidade da luta contra o rebaixamento na maior parte do tempo. Na reta final do ano, porém, o time conseguiu uma arrancada que chegou a ter seis vitórias seguidas. A boa fase faz pensar: dá para sonhar com voos maiores no próximo ano?
“Com certeza. Eu vim campeão da Libertadores com o Fluminense, que naquela época era muito difícil, ninguém imaginava que o Fluminense seria campeão. Aqui não é diferente. Tem o exemplo do Nottingham Forest, que está lá em cima”, avaliou.
“Provamos que temos qualidade. Se a gente tivesse feito um pouco disso no primeiro turno, estaríamos brigando mais em cima. É começar a temporada bem, fazer uma ótima pré-temporada para começar bem diferente dessa. É montar um time forte, todo mundo se juntar e lutar ao máximo”, acrescentou.
As mudanças feitas por Vítor Pereira
Na segunda metade da temporada, uma mudança impactou o Wolverhampton: a chegada do técnico Vítor Pereira. Conhecido no Brasil por seus trabalhos em Corinthians e Flamengo, o português conseguiu conquistar o vestiário do time inglês – incluindo André, que torce por sua permanência.
“Ele é um cara que comanda bem o grupo, é um líder do vestiário, conseguiu juntar todo mundo, todo mundo comprou a ideia. É um treinador muito tático. Tenho ótimo relacionamento com ele, desde que chegou ele já me colocou de titular, me deu toda confiança. Que bom que deu certo, além de ter um estafe muito presente, de pessoas boas dentro e fora de campo. Tudo ajudou um pouco. Espero que ele fique para a próxima temporada”, comentou.
VP foi mais um a cair nas graças da torcida, chegando até mesmo a ser flagrado comemorando vitórias com torcedores em bares regados a cervejas. Os jogadores ainda não foram convidados para essas festas nos bares, mas não recusariam o chamado.
“A torcida gosta muito dele, todo jogo ele é muito ovacionado. Na derrota contra o Manchester City, ele foi bastante ovacionado. Ele merece, trabalha muito, vive de futebol, o tempo todo está tentando trazer soluções para nós. Merece esse sucesso que está tendo”, comentou.
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Brasileiro diz como Vítor Pereira mudou ambiente no Wolverhampton para evitar rebaixamento: ‘Espero que fique’
Volante concedeu entrevista exclusiva ao ESPN.com.br
A amizade com Matheus Cunha e outros brasileiros
A adaptação de André ao futebol inglês ainda foi facilitada com a presença de outros brasileiros no vestiário. Especialmente Matheus Cunha, que já foi eleito pelo mesmo como melhor companheiro que já teve na carreira.
“Nós temos uma relação muito boa. Frequentamos a casa um do outro, conversamos bastante, brincamos bastante. Não só ele, mas o João (Gomes) também, mesma coisa o Pedro (Lima), nós brasileiros somos muito unidos aqui, moramos todos perto”, contou.
“Foi algo que me ajudou muito e tenho certeza que esses três são moleques que vou levar amizade para frente, quando cada um seguir o seu rumo tenho certeza que vamos manter contato”, finalizou.
André ainda tem mais um jogo a disputar pelos Wolves. Até aqui, foram 35, sendo 31 como titular e apenas quatro saindo do banco. Mais uma chance para o camisa 7 demonstrar seu bom futebol na Inglaterra.