O Oklahoma City Thunder saiu perdendo a final da NBA para o Indiana Pacers após uma bola inacreditável de Tyrese Haliburton no último segundo. Ainda assim, a equipe segue firme na busca por um título inédito na cidade, que também seria histórico por outro motivo.
Caso consiga a virada contra os Pacers, OKC irá se tornar o segundo campeão mais jovem da NBA desde 1954, quando a liga sofreu uma revolução com a adoção do cronômetro de 24 segundos por posse. O recorde é do Portland Trail Blazers de 1976/77, que ergueu a taça liderado por um jovem Bill Walton. A média de idade do elenco era de 25,03 anos, marcando a história da competição e também da franquia de Oregon, que nunca mais voltou a vencer o campeonato.
Os números do Thunder são tão impressionantes quanto: a média da equipe é de 25,60 anos. O quinteto que começou a maior parte dos jogos nos playoffs é formado por Shai Gilgeous-Alexander (26 anos), Lu Dort (25), Jalen Williams (23), Chet Holmgren (22) e Isaiah Hartenstein (26).
O atleta mais experiente do elenco é Alex Caruso, de apenas 30 anos. O ala, inclusive, é chamado pelos companheiros de OG, uma abreviação para Old Guy (cara velho), e também de ‘vovô’. Campeão em 2020 pelo Los Angeles Lakers, ele é o único em Oklahoma que já ergueu o troféu Larry O’Brien. Esta é outra semelhança com os Blazers de 1977, uma vez que a maior idade do elenco também era de 30 anos, com o armador Herm Gilliam.
Até o técnico do Thunder é jovem: Mark Daigneault tem 40 anos, o terceiro mais novo em atividade na NBA.
A jovialidade do OKC é um dos pontos fortes do elenco. A rotação da equipe é composta por nove jogadores com pelo menos dez minutos de média nos playoffs. Dentre outros aspectos, suporta a intensidade suficiente para colocar a equipe como uma das grandes defesas da história da NBA, sempre garantindo alguém de fôlego novo em quadra para incomodar o adversário.
A força que vem do Draft (e de boas trocas)
A evolução das campanhas do Thunder nos últimos seis anos dão o tom dos resultados das ações certeiras nas negociações da franquia.
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2019/20: 44 vitórias e 28 derrotas (61% de aproveitamento): eliminado na primeira rodada dos playoffs;
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2020/21: 22 vitórias e 50 derrotas (30% de aproveitamento);
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2021/22: 24 vitórias e 58 derrotas (29% de aproveitamento);
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2022/23: 40 vitórias e 42 derrotas (48% de aproveitamento);
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2023/24: 57 vitórias e 25 derrotas (69% de aproveitamento): eliminado na semifinal de conferência;
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2024/25: 68 vitórias e 14 derrotas (82% de aproveitamento): alcançou a final;
Em 2019 o Thunder protagonizou a troca mais polêmica da temporada. Enviou o All-Star Paul George para o LA Clippers em troca de cinco escolhas de primeira rodada, duas swaps de primeira rodada (direito de ficar com a melhor escolha entre a sua e de outra equipe), Danilo Gallinari e um jovem Shai Gilgeous-Alexander. O canadense tinha feito sua primeira temporada na NBA com números promissores, mas foi ofuscado por um Draft badalado, responsável por levar nomes como Luka Doncic, Trae Young, Jaren Jackson Jr. e Deandre Ayton para a liga.
No mesmo ano, OKC rastreou outro jovem canadense, Luguentz Dort, que não foi selecionado no Draft e recebeu um contrato de dez dias para jogar na equipe. E nunca mais saiu.
Apesar de já ter dois dos grandes responsáveis por levar a franquia à final em 2025, OKC foi eliminado na primeira rodada dos playoffs pela quarta vez seguida em 2019/20. Com jovens de potencial no elenco e boas picks para os anos seguintes, Sam Presti, general manager do Thunder, decidiu partir para uma reconstrução. A primeira medida foi a mudança no comando técnico, com a contratação de Mark Daigneault para o lugar de Billy Donovan.
Também trocou Steven Adams por Kenrich Williams, do New Orleans Pelicans, além de uma série de picks e outros atletas que foram envolvidos em demais trocas. O jovem trio ganhou minutagem e espaço para desenvolvimento, ao passo que a equipe teve algumas das piores campanhas da liga em 2020/21 e 2021/22. Apesar dos números baixos, a franquia conseguiu boas posições nos drafts e tempo para realizar novas modificações no elenco, já montado ao redor de Shai Gilgeous-Alexander. Além, é claro, de acumular uma série de picks, movimentos que se tornaram marca registrada de Oklahoma.
O ano ruim garantiu a 6ª escolha no Draft de 2021. OKC selecionou Josh Giddey, que não está mais no elenco, mas foi peça importante na remontagem do elenco. Além dele, selecionou Aaron Wiggins na 55ª escolha.
Mas foi antes da temporada 2022/23 que o grande salto aconteceu. Com a 2ª escolha no Draft, o Thunder selecionou Chet Holmgren. Apesar de não ter jogado naquela temporada por uma grave lesão, ele se tornou um dos principais pivôs da liga e peça fundamental na histórica campanha da temporada atual. Na 12ª escolha, oriunda da troca por Shai anos antes, pegaram Jalen Williams. Por fim, na 34ª escolha, Jaylin Williams. Na mesma noite trocou por Ousmane Dieng, que foi selecionado na 11ª posição pelo New York Knicks.
Dias depois a equipe assinou um contrato mínimo com Isaiah Joe, que fora dispensado pelo Philadelphia 76ers. O número de vitórias quase dobrou com as mudanças, mostrando que o futuro seria promissor.
No Draft de 2023, OKC tinha a 12ª escolha, mas trocou com o Dallas Mavericks pela 10ª, que virou Cason Wallace. O novo ala, a adiada estreia de Chet Holmgren e a evolução de Shai, que terminou em segundo lugar na votação para MVP, elevaram a equipe para a melhor campanha da Conferência Oeste, parando nos playoffs para o finalista Dallas Mavericks.
Por fim, na última intertemporada, o time trocou Josh Giddey por Alex Caruso, do Chicago Bulls. E também contratou Isaiah Hartenstein, que estava livre no mercado após deixar os Knicks.
E para o futuro?
O fato da montagem de elenco ser baseada em escolhas de draft e aquisições em contratos baixos torna o Thunder uma das menores folhas salariais da NBA. Mas isso deve mudar nos próximos anos, com as renovações e consequentes valorizações dos principais nomes da equipe. Ainda assim, as expectativas são altas. A franquia tem margem de manobra para subir boa parte dos salários e, principalmente, novas escolhas de draft, que podem ser utilizadas como moeda de troca ou para adicionar novos jogadores de contratos baixos ao elenco.
Até 2031 Oklahoma tem 13 escolhas de primeira rodada e 17 de segunda, boa parte oriundas das trocas realizadas nas temporadas anteriores. Além disso, o armador sérvio Nikola Topic, escolhido no Draft de 2024, não atuou na última temporada por uma grave lesão, situação semelhante a de Chet Holmgren anos antes. Topic foi um dos destaques europeus na posição e chegou à NBA com muita expectativa, sendo um reforço praticamente certo para 2025-26 em diante.
Qual o calendário das Finais da NBA entre Thunder e Pacers?
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5 de junho: Jogo 1, Thunder x Pacers, 21h30 (Brasília) – com transmissão pelo Disney+
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8 de junho: Jogo 2, Thunder x Pacers, 21h (Brasília) – com transmissão pelo Disney+
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11 de junho: Jogo 3, Pacers x Thunder, 21h30 (Brasília) – com transmissão pelo Disney+
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13 de junho: Jogo 4, Pacers x Thunder, 21h30 (Brasília) – com transmissão pelo Disney+
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16 de junho: Jogo 5, Thunder x Pacers, 21h30 (Brasília) – com transmissão pelo Disney+*
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19 de junho: Jogo 6, Pacers x Thunder, 21h30 (Brasília) – com transmissão pelo Disney+*
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22 de junho: Jogo 7, Thunder x Pacers, 21h (Brasília ) – com transmissão pelo Disney+*
* se necessário