Carlo Ancelotti não teve a estreia dos sonhos à frente da seleção brasileira, já que amargou um frustrante empate sem gols com o Equador, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. No entanto, apesar de não ter empolgado com tal cartão de visitas, o treinador conquistou – antes mesmo de seu primeiro desafio – a confiança de outro experiente ex-comandante.
Em entrevista à ESPN em maio, Joel Santana mostrou-se a favor da chegada do italiano depois de uma sucessiva troca de técnicos no cargo: Ramon Menezes, Fernando Diniz e, por fim, Dorival Júnior.
Na visão do ”Papai Joel”, o Brasil tem muito a aprender com o multicampeão Ancelotti.
”É um técnico super graduado (…) Vai dar certo ou não? Eu não tenho bola de cristal, mas tem tudo para dar porque ele é um treinador que foi campeão por vários lugares onde passou. Se tem que contratar fora, contrata um cinco estrelas. Não vem com soldado para ser técnico da seleção brasileira porque seleção brasileira é seleção brasileira”, começou por dizer.
”Para o brasileiro, se ganhou está tudo bem, mas se não ganhou…Nós temos cinco estrelas, para trazer um cara qualquer, vamos dar oportunidade a ele. Agora vamos aprender um pouco porque esse é um técnico campeão. Antigamente, não estava acontecendo isso”, completou.
Joel Santana aproveitou ainda enumerar alguns fatores que podem fazer com que Ancelotti recupere o ”respeito” que a seleção perdeu ao acumular alguns vexames nas eliminatórias, como por exemplo, a derrota sofrida por 4 a 1 Argentina.
”A maneira de jogar, de agir, de se comportar. É uma escola diferente. Os treinadores da minha época, quando nós chegamos a cinco mundiais, éramos treinadores acima de tudo, campeões e vitoriosos. Se você botar no dedo tem cinco, seis ou sete que tinham condições de assumir a seleção. Infelizmente pararam porque cansaram”, declarou.
”O Brasil começou a arriscar muito e com a isso a seleção brasileira se desestabilizou. Uma equipe boa como a do Brasil passou a sofrer discriminação. Por isso é hora de trazer jogador novo, principalmente os que jogam aqui e não fora, para reforçar. Não é possível perder para Venezuela, Paraguai, precisa ter um pouco mais de respeito com a seleção brasileira”, finalizou.
Agora, caberá a Ancelotti atingir seu primeiro desafio: a classificação antecipada à Copa do Mundo de 2026. Além de fazer o dever de casa e sair com a vitória, a seleção precisa ficar na torcida para o Uruguai vencer a Venezuela em seu jogo em Montevidéu.
Caso essa combinação ocorra, serão sete pontos de vantagem para a sétima posição, sem a possibilidade de ser alcançado nos dois jogos finais em setembro.
Se a Venezuela conquistar um empate, a distância entre as duas seleções será de seis pontos. Apesar de, matematicamente, não garantir o Brasil no Mundial, deixará muito próximo, já que há uma diferença de seis gols de saldo em favor da amarelinha.
A possibilidade de não fazer o dever de casa contra o Paraguai ou da Venezuela vencer seu jogo faz com que o Brasil ainda dependa de resultados em setembro nos jogos contra Chile, em casa, e Bolívia, na altitude.
O lado positivo para o time brasileiro é que os venezuelanos visitam os uruguaios antes da partida na Neo Química Arena, o que faz a canarinho entrar em campo sabendo se pode ou não garantir a classificação.
