Presidente do Cuiabá lista 4 grandes que devem ao clube e crítica Corinthians

“Tá devendo, não paga e continua gastando”. A frase em tom de indignação foi dita pelo presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.

A irritação do mandatário tem explicação. O Cuiabá precisou buscar alternativas para honrar seus compromissos porque ainda não viu a cor do dinheiro de negociações feitas com Atlético-MG, Corinthians, Grêmio e Santos.

O principal devedor é o Corinthians, que ainda precisa pagar R$ 18,5 milhões pela contratação do volante Raniele. O pagamento da primeira parcela do plano feito pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) está programado para o dia 17 de julho.

O presidente do Dourado espera que a briga política do Corinthians não atrapalhe o pagamento da parcela, mas, se isso acontecer, promete ir até as últimas instâncias para o clube paulista sofrer um transfer ban e ser proibido de registrar novos jogadores.

“Ali pode vir tudo, qualquer coisa que acontecer ali não dá para ficar surpreso. (A primeira parcela) Vai vencer no dia 17 de julho, eu já conversei com a CNRD, perguntei qual seria o procedimento se eles não pagarem, e falaram que a gente precisa informar a Câmara que não houve o pagamento. Se isso realmente acontecer, espero que a CNRD haja e implemente o transfer ban no Corinthians, que impeça que eles registrem novos jogadores. Isso a gente vai cobrar da forma mais forte possível que aconteça, mas a gente espera que no dia 17 de julho o Corinthians faça pagamentos”, disse Cristiano Dresch.

Depois do Corinthians, o Santos é quem possui a maior dívida com o Cuiabá: R$ 16,3 milhões pela contratação do zagueiro Joaquim, que hoje está no Tigres. O Atlético-MG deve R$ 4,6 milhões pela transferência do atacante Deyverson e o Grêmio não repassou R$ 700 mil ao Dourado pela venda do meio-campista Pepê ao Vitória.

Os gastos continuam

Enquanto aguarda para receber os R$ 40 milhões a que tem direito, o Cuiabá vê os quatro clubes contratarem jogadores de peso para atingirem seus objetivos. A prática foi condenada por Cristiano Dresch.

“Você se sente enganado, feito de trouxa. Eu tenho que pagar minhas contas, tive que recorrer ao mercado financeiro esse ano, tive que antecipar recebíveis do ano que vem, tive que pagar juros para antecipar esses recebíveis, e você vê continua vendo esses clubes gastando sem limite, de forma irresponsável”, desabafou o dirigente.

“Será que se o Corinthians não tivesse gastando um monte de dinheiro para contratar jogadores ele teria ficado na Série A no ano passado? Será que se ele tivesse que honrar as dívidas de curto prazo, ele teria condições de se manter na Série A esse ano? Será que o Santos, se tivesse uma administração responsável como o Cuiabá, teria condição de se manter na Série A esse ano?”, questionou Dresch.

Para o mandatário do Cuiabá, a falta de punição em casos de “calote” acaba prejudicando quem se esforça para honrar seus compromissos e manter as contas em dia.

“Esse ano tem vários clubes da Série A que são menores e têm as contas em dia, citar o Mirassol, o Juventude, o Vitória… Esses clubes vão sofrer até o fim para se manterem na Série A. Talvez o Santos se salve dando calote, o Corinthians se salvou dando calote. Os clubes estão se utilizando de ferramentas indevidas para ficar em uma divisão que garante muito mais dinheiro”, afirmou.

Portas fechadas

Recentemente, o Estrela Amadora demonstrou interesse no lateral-direito Raylan, que está emprestado ao Avaí. O Cuiabá, porém, não deu continuidade a negociação porque o clube português tem uma dívida com o Flamengo.

Essa postura continuará sendo adotada por Cristiano Dresch, que fechou as portas para Atlético-MG, Corinthians, Grêmio e Santos. Pelo menos enquanto as dívidas persistirem.

“É uma pergunta que já me fizeram outras vezes “você negociaria de novo com o Corinthians? Com o Atlético-MG?”. Enquanto existirem débitos, não. É impossível, não tem sentido. Acho que a gente deveria também criar um SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) no futebol”, sugeriu o dirigente.

“A gente vendeu o Isidro Pitta ano passado para o Red Bull Bragantino, já recebemos praticamente 90% do valor, antecipamos o que tínhamos para receber ano que vem por causa desse furo de caixa, não tivemos problemas. A gente tem que buscar negociar com parceiros sólidos”, finalizou.

More From Author

Rival do Botafogo no Mundial admite: ‘Se fizermos um gol, já será um sucesso’

Ancelotti fecha primeira semana na seleção em alta e conquista elenco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *