Como funciona ‘lista larga’ de Ancelotti na seleção brasileira

Com a classificação assegurada para a Copa do Mundo de 2026, depois de vencer o Paraguai por 1 a 0 na última terça-feira (10), o técnico Carlo Ancelotti terá um ano para preparar a seleção brasileira que vai ao Mundial. A Canarinho ainda tem dois jogos pelas eliminatórias, em setembro, contra Chile e Bolívia, além de amistosos. O treinador, que não teve descanso entre a saída do Real Madrid e a chegada ao Brasil, vai tirar férias, mas deve montar, junto com a CBF, uma lista larga de jogadores para serem observados nos próximos meses.

Em entrevista exclusiva à ESPN, Rodrigo Caetano, diretor executivo das seleções masculinas da entidade, explicou como funciona a lista e não descartou a presença de atletas de centros menos tradicionais do futebol, como Rússia e Arábia Saudita. O dirigente, no entanto, admitiu que o calendário de alguns campeonatos pode pesar contra.

“A gente deve finalizar nos próximos dias a próxima lista larga. Mas não a que será divulgada. A partir dela, com um número de 60, 65 atletas, a gente passa a observá-los constantemente. Não significa que a lista em junho esteja definida para setembro. É o nosso escopo de observação”, iniciou.

“Em resumo, é uma lista maior daqueles que estão sendo observados com um acompanhando minucioso de todos os detalhes para depois o treinador poder tomar a decisão dos 23 ou 24 nomes”, completou.

“Nós tivemos na última lista larga o Renan Lodi, lá na liga saudita (no Al Hilal), e tivemos também o Douglas Santos, na liga russa (no Zenit). Quando vai afunilar para os 23, 24 nomes, essa é uma decisão do treinador e de todo o estafe. Aí é uma questão muito mais pontual do treinador, de como ele vislumbra montar a equipe nos dois próximos jogos”, revelou.

Uma possível ida de Gerson para o Zenit, da Rússia, virou assunto nesta última Data Fifa. Houve questionamentos se o fato de o jogador deixar o Flamengo poderia fazer com que ele perdesse espaço entre os “selecionáveis”.

Caetano, ainda na entrevista à ESPN, deixou claro que a única coisa que pode atrapalhar um atleta de ser ou não convocado é estar jogando pouco.

“Dependendo do período de convocação, tem determinadas ligas que têm uma parada maior de dezembro a fevereiro. E tem a convocação em março. O atleta tem que ficar ali dois meses atuando pouco e é óbvio que traz um prejuízo no momento da avaliação. Bem diferente de um atleta que vem disputando Champions, Premier League”, avaliou.

Um exemplo atual é a liga saudita. O campeonato no país acabou no fim de maio e voltará a ser disputado no fim de agosto. A próxima Data Fifa acontece em setembro. A situação é parecida com a da Europa, mas, nesse cálculo, a Arábia Saudita acaba sendo mais prejudicada por ter menos tradição.

“Os jogadores não deixam de estar no radar, mas dependendo do momento você vai acabar levando um jogador com mais minutagem. É assim que acontece. A competição, em se tratando de seleção, é muitas vezes definida no detalhe”, disse Caetano.

Quantidade de nomes observados

Rodrigo Caetano e Carlo Ancelotti citaram números diferentes de atletas observados – o dirigente falou em até 65; o treinador, em “mais ou menos 70”. O fato é que ambos cravaram que a lista larga não é definitiva. Ela é uma base para, 15 dias antes dos jogos, enviar os nomes dos convocados à Fifa.

“Temos uma lista ampla de jogadores que estão em todo o mundo: Brasil, Europa, Arábia também. Mais ou menos uns 70. Teremos tempo para avaliar cada um desses jogadores, porque todos eles podem chegar à Copa”, afirmou Ancelotti, em entrevista coletiva.

“Não há uma lista definitiva de 25, 26 jogadores. Gostei muito dos atletas que trouxe nessa primeira convocação, por atitude, ambiente, gostei bastante, mas precisamos avaliar muitos que estão atuando no futebol mundial”, completou.

Próximos jogos do Brasil:

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