Como Dembélé deixou críticas no PSG para virar candidato à Bola de Ouro

Durante algum tempo, Ousmane Dembélé foi um coadjuvante encostado pelos clubes que defendeu na Europa. Apesar do altíssimo potencial que demonstrou desde o início da carreira, o francês sempre teve dificuldades para assumir o papel de protagonista. Tudo isso mudou na virada de ano.

Bem antes do Mundial de Clubes, em que o PSG estreia neste domingo (15), às 16h (de Brasília), contra o Atlético de Madrid, o camisa 10 passou por uma metamorfose em campo e se consolidou como um dos melhores jogadores do mundo.

Ao todo, são 33 gols e 14 assistências em 49 partidas na temporada 2024/25, mas a grande maioria aconteceu a partir de janeiro: 25 bolas nas redes em 29 partidas, rendimento que contribuiu diretamente para o time de Paris ganhar a inédita Tríplice Coroa e mudou a opinião do seu próprio técnico.

Em outubro de 2024, Dembélé não foi convocado por Luis Enrique para enfrentar o Arsenal, em Londres, pela fase inicial da Champions League. O motivo: discordar do treinador em uma de suas decisões. Meses depois, o comandante espanhol disse, brincando, que algo que o atacante “comeu no jantar de Natal” o transformou.

“A melhor coisa que fiz com Ousmane foi deixá-lo fora daquele jogo, pelo qual todos vocês me criticaram”, disse Luis Enrique em uma de suas entrevistas coletivas. “Porque o resto, ele fez sozinho, com seus companheiros e seu time, com sua confiança e seu talento”.

O incidente teve um impacto positivo no jogador de 27 anos, que teve uma longa conversa com Luis Enrique nos dias seguintes. Aos poucos, Dembélé passou a ser escalado como falso 9, mais perto do gol e pronto para aproveitar o espaço entre os zagueiros com sua habilidade e velocidade. O atacante fez exercícios extras para melhorar a finalização e ganhou uma sobrevida em Paris.

Em abril, PSG e Arsenal voltaram a se enfrentar, desta vez na semifinal da Champions. Em Londres, no jogo de ida, foi de Dembélé o gol que deu a vitória aos parisienses. Mais um sinal de que o momento era outro para ele.

Candidato à Bola de Ouro? Por que não?

Com a briga pelo prêmio de melhor do mundo na temporada em aberto, Dembélé se tornou um dos concorrentes por conta de seus números. Até mesmo o zagueiro e capitão Marquinhos, durante a festa pelo título europeu nas ruas de Paris, puxou o coro de “Bola de Ouro” para o companheiro.

Para Raí, um dos maiores ídolos da história do PSG, o francês é, sim, um candidato ao prêmio do melhor da temporada, ainda que precise melhorar alguns aspectos antes de ser tratado como favorito.

“Bola de Ouro depende muito dos outros concorrentes. Ele sempre teve muita velocidade e técnica, mas pecava na decisão. Seja na hora do cruzamento, da finalização. E esse quesito ele está melhorando bastante. Ainda tem muito a melhorar, mas entre os melhores do mundo ele já está pela sua qualidade técnica e física”, avaliou.

“Pode jogar pelos lados, chuta com a esquerda e a direita. Um jogador completo, mas ainda tem muito a evoluir nesse quesito da definição das jogadas. E obviamente que o clube estando bem ajuda bastante também. Quando você tem um time performando, ele vai ganhar em confiança. O Dembélé se transformou em um dos jogadores importantes no mundo, mas para ser o melhor do mundo ainda tem um caminho a ser perseguido”, completou.

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