João Paulo elogia ‘outro nível’ atingido pelo Botafogo para o Mundial

Um reencontro para lá de especial aguarda o Botafogo na estreia do Mundial de Clubes, neste domingo (15), a partir das 23h (de Brasília), em Seattle.

João Paulo já está no Seattle Sounders há cinco anos, mas possui uma relação muito especial com o Glorioso, onde atuou de 2017 a 2019 e conquistou um Campeonato Carioca.

Mas a entrega e o respeito pelo clube marcaram tanto a torcida quanto o jogador.

“A gente já teve essa oportunidade (de jogar um Mundial de Clubes) em 2023, mas esse formato é diferente, muito particular. E confesso que nesse formato, sim, é muito especial e ainda mais por enfrentar o Botafogo, era uma coisa que eu não esperava, então acho que só por isso vai ser bem especial”, disse o meio-campista em entrevista à ESPN.

“Tenho muitos amigos ainda no clube, os jogadores já saíram, não é todo mundo que jogou comigo – acho que o Gatito foi o último que acabou saindo agora no final do ano passado –, mas tenho muitos amigos, pessoal do staff, então vai ser bacana ter esse reencontro. E eu acho que acima de tudo isso é ver o Botafogo tão diferente, mais forte e num outro nível do que estava na época que eu estive lá. Então, é muito bacana ver essa transformação”.

“Uma coisa que eu falei quando eu saí era que um dia eu queria ver o Botafogo mais saudável e brigando por coisas grandes, que é o que o torcedor merece, tem uma camisa forte e muito tradicional. Então eu acho que é muito merecido o que eles estão vivendo agora”, analisou João Paulo.

Ele é um dos capitães dos Sounders, equipe de muita tradição na Major League Soccer (MLS) e com uma das torcidas mais barulhentas dos esportes americanos – o Lumen Field já ganhou diversas “competições” de decibéis.

“A base (da torcida) é a mesma, porque aqui a torcida dos Seahawks também é muito presente nos jogos dos Sounders. É óbvio que não é 100%, mas a grande maioria apoia os dois times”, explicou o brasileiro.

“Acho que o formato do estádio também faz com que tenha um barulho grande no dia dos jogos, acho que é uma atmosfera mais… Quando a gente fala do Brasil, da América do Sul, acho que a nossa torcida aqui é a que mais se aproxima de algo parecido com o que a gente tem na América do Sul”.

“Temos uma média de 30 mil, mais de 30 mil torcedores por jogo, então acho que é um bom número. Isso expressa o quanto a torcida apoia o time”, continuou.

O Seattle Sounders fará todos os jogos em casa nesta fase de grupos. Depois do Botafogo, virão à cidade PSG e Atlético de Madrid. Algo que anima João Paulo neste Mundial de Clubes.

“É um desafio gigante para nós enfrentarmos os três adversários, mas falando especificamente do PSG e do Atlético de Madrid, dois gigantes europeus, sabemos que é uma escalada grande para nossa equipe. Mas sabemos que o futebol é muito imprevisível, dinâmico, a única coisa que queremos entregar no Mundial é competitividade. Sabemos que vai ser difícil, mas estaremos jogando aqui na nossa cidade, esperamos ser competitivos, fazer três bons jogos e vamos ver o que vai acontecer. Acho que a competitividade, a luta, ela tem que estar lá”, definiu.

Veja abaixo outros tópicos da entrevista exclusiva com João Paulo

Como joga o Seattle Sounders?

A nossa equipe, nos últimos anos, está tentando propor mais jogo. Quando eu cheguei aqui anos atrás, era uma equipe mais reativa, que jogava muito de transição, e hoje é uma equipe dentro da liga aqui – que é o que a gente tem em foco – é uma das equipes que mais tem a bola, que tem mais posse de bola, que procura propor jogo. Tem jogadores com boa qualidade técnica, mas também sabe jogar em transição, defendendo baixo e fazendo a transição. Então, acho que depende muito dos adversários, quando a gente fala de gigantes e de grande qualidade, obviamente que faz mais sentido a gente jogando mais fechado e explorando jogar no erro do adversário.

Por que é tão difícil ganhar a Champions contra os times mexicanos?

Acho que tudo se resume ao poder financeiro. Acho que aqui tem algumas regras que dificultam bater de frente com outras ligas, tem umas restrições no orçamento, então, quando você enfrenta os grandes times mexicanos, tem uma diferença gritante aí de orçamento, os valores que eles podem gastar com os jogadores. Aqui é um pouco mais difícil, mas nos últimos anos acho que essa distância está ficando mais curta. O maior exemplo é a gente que conseguiu ganhar em 2022, mas é difícil sim, por essas questões. E quando você consegue gastar com um orçamento maior, acaba que você tem mais qualidade, e isso faz uma diferença grande.

Como ficou o calendário da MLS com o Mundial de Clubes?

O calendário acho até que ficou bom. É óbvio que, por estar jogando em Seattle os três jogos, isso vai ser um fator bom, é um fator positivo para nossa equipe não ter mais viagem – porque nos últimos dois meses a gente teve muita viagem para jogar tanto a Concacaf quanto os jogos da MLS. Acabou que o nosso calendário ficou com muitos jogos fora de casa pré-Mundial, então a gente vai ter mais jogos em casa após o Mundial. Mas acho que ficou bom, acho que a gente está preparado e vai estar bem no meio da temporada. Então acho que fisicamente a equipe também vai estar no bom ritmo.

Como é jogar pelo Seattle Sounders e na MLS, uma liga que sempre foi vista com desconfiança?

É um dos motivos que me fez optar por vir para a MLS foi justamente o interesse de um dos times que sempre foi e continua sendo um dos mais tradicionais e que tem um histórico bom de estar sempre brigando e sendo competitivo. Então acho que foi o principal motivo. E eu consigo ver uma evolução muito grande desde a minha chegada, agora para esse ano a qualidade aumentou muito, as equipes, além dos jogadores designados, têm outros jogadores também de bom nível. Acho que estão pensando em fazer uma equipe competitiva e não só trazendo duas ou três peças muito boas e os outros jogadores não têm um nível bom, isso por muito tempo na liga foi assim. Hoje tem essa mudança de pensamento e eles têm olhado pra base, que era uma coisa que não existia dentro da liga. Então hoje tem jogadores novos que estão participando do primeiro time, tem jogadores também que estão sendo vendidos para outros mercados. Quando tu vê esse tipo de coisa, é um bom indicativo que a liga está numa crescente.

Como é morar na cidade do rock?

Eu já fui mais fã de rock, mas eu conheço bastante. Acho que meu primeiro CD foi do Nirvana, quando eu tinha, sei lá, uns 13, 14 anos, e acabei vindo morar na cidade onde eles surgiram. Mas eu tenho algumas influências, meu pai ouvia muito quando eu era pequeno, então eu peguei um pouco dele, mas eu fui perdendo assim, no meio do futebol tu vai perdendo um pouco do rock e vai indo mais para outros outros lados da música. Mas eu ainda gosto.

Próximos jogos do Botafogo:

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