Protestos fazem Fifa mudar planejamento e deixa imprensa assustada

O início do Mundial de Clubes teve um percalço no planejamento da Fifa por conta dos protestos populares que têm tomado conta de Los Angeles nos últimos dias. A véspera da estreia de PSG e Atlético de Madrid foi marcada por mudanças de última hora no cronograma das equipes.

Tradicionalmente, os times fazem o reconhecimento do gramado um dia antes do jogo no estádio em que vão atuar, com treinadores concedendo entrevistas coletivas. Para espanhóis e franceses, porém, a rotina foi diferente.

Nas últimas horas da sexta-feira (13), porém, foi anunciado que nenhuma atividade ocorreria no Rose Bowl, estádio em Pasadena que receberá a partida do grupo B neste domingo (15), às 16h (de Brasília), com entrevistas com jogadores e treinadores ocorrendo em suas sedes.

De acordo com apuração da ESPN, a medida foi tomada pela Fifa como uma precaução depois de conversas com os dois clubes. Neste sábado (14), eram esperados protestos em 21 diferentes partes de Los Angeles.

Nas últimas semanas, o centro de Los Angeles tem sido palco de manifestações contra as medidas do governo pela deportação de grupos de imigrantes para seus países, ocorrendo alguns conflitos entre protestantes e a polícia local.

O Atlético de Madrid tem sido um dos times afetados pelos protestos por estar hospedado próximo de onde ocorrem os conflitos. Os jogadores, porém, relatam que têm tido a chance de seguirem ‘isolados’ dentro do hotel, apesar de escutarem alguns ruídos vindos das ruas.

“Tentamos ficar os mais isolados o possível. Estamos no hotel, está tranquilo, fazemos nossa recuperação, tentamos passar o tempo livre da melhor maneira”, relatou o capitão Koke em coletiva.

“Se escutam um pouco as sirenes (da polícia), os helicópteros, as pessoas na rua. Mas dá para descansar, há segurança de sobra, estamos concentrados no hotel e no final nos acostumamos, todos os dias têm sido parecidos. Espero que não ocorram muitos problemas nas ruas”, acrescentou o goleiro Jan Oblak.

O PSG, por sua vez, é menos afetado. Localizado em Irvine, área mais afastada de Los Angeles, o clube francês apenas torce pela resolução do problema.

“Sabemos que é uma situação tensa, estamos fora do que é a cidade, não vimos nada. Mas tomara que tudo possa se resolver da melhor maneira para todos”, afirmou Luís Enrique.

Além da dupla que estreará no Rose Bowl neste domingo, também estão situados na área central de Los Angeles a Inter de Milão e o Monterrey, rivais do grupo E.

Imprensa espanhola é afetada por protestos

Mais do que o time do Atlético de Madrid, jornalistas espanhóis têm relatado complicações em suas jornadas na cobertura dos colchoneros. Hospedados próximos ao hotel do clube, os profissionais sofrem com algumas limitações.

Condiciona bastante, ainda mais pelo toque de recolher que nos afeta em muitas horas. Durante o dia, não há nenhum problema. Mas a partir das 20h, ainda mais com o fuso horário da Espanha, nos mudou toda rotina”, contou David Medina, repórter do jornal Marca à ESPN.

“O que mais me marcou são alguns manifestantes com o rosto todo coberto, só podendo ver os olhos. E chama muita atenção a quantidade de policiais, há momentos com mais policiais do que manifestantes. Um desfile de 15, 20 carros seguidos com as sirenes não é algo que se vê na Espanha”, completou.

No início da noite de sábado, o Atlético inaugurou em Hollywood a ‘Casa Atleti’, local onde fãs do clube poderão se concentrar e viver experiências durante o torneio. O clube organizou um evento de abertura que contou com a participação do presidente Enrique Cerezo.

Apesar de credenciados, os jornalistas da rádio Cope não puderam comparecer ao local por ficarem presos dentro do hotel por estarem no meio do conflito entre manifestantes e a polícia.

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