Gabriel Barbosa, atacante do Cruzeiro, publicou um texto de desabafo em suas redes sociais depois que a Corte Arbitral do Esporte (CAS), ter acatado o recurso da defesa do atleta contra a União Federal do Brasil e a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) pela suspensão de dois anos recebida por possível adulteração em exame antidoping.
“A justiça foi feita. Mas a ferida fica”, iniciou o atacante, que disse ter “carregado o peso de ser culpado antes mesmo de ser julgado”, o que fez com que muitos “confundissem sobre quem ele realmente é”.
Ainda no desabafo, Gabigol pediu que seu caso sirva como “reflexão” e que sai do processo de “cabeça erguida”. A sentença de anulação do caso foi anunciada nesta sexta-feira (4). A condenação de Gabigol havia sido anunciada em março de 2024, quando ele ainda estava no Flamengo. O caso aconteceu em 8 de abril de 2023.
Por conta disso, a suspensão era válida até abril deste ano — ele conseguiu atuar no período por meio de um efeito suspensivo conquistado no fim de abril de 2024.
O tribunal, em decisão divulgada, entendeu que “embora o comportamento de Gabriel Barbosa tenha sido totalmente não cooperativo, não pode ser considerado como ‘adulteração’ segundo o Código Mundial Antidoping e não atinge o limite de uma ADRV (violação da regra antidoping)“.
A violação se daria, ainda de acordo com o tribunal, se os agentes tivessem notificado Gabigol devidamente ou adotado uma abordagem mais robusta, informando que não tolerariam atrasos no comparecimento à estação de controle antidoping ou qualquer tipo de comportamento obstrutivo.
Leia abaixo o texto publicado por Gabriel Barbosa na íntegra:
A justiça foi feita. Mas a ferida fica.
Foram quase dois anos dos mais difíceis da minha vida, quando fui acusado injustamente, apontado por algo que nunca fiz. Nenhuma substância proibida foi encontrada, mas ainda assim quiseram me punir por uma suposta “atitude”. Vi meu caráter ser questionado, minha palavra ser desacreditada, minha família sofrer, meus fãs divididos.
Carreguei o peso de ser visto como culpado antes mesmo de ser julgado. Vivi a dor de ver potenciais novos caminhos se fecharem e jovens que se inspiram em mim confundidos sobre quem eu realmente sou.
O CAS hoje reconheceu o óbvio: que não houve fraude, que não houve adulteração. Que justiça para a justiça não é perseguição. Espero que meu caso sirva de reflexão para que nunca mais um atleta, ou qualquer pessoa, passe pelo que eu e minha família passamos.
Saio desse processo de cabeça erguida, mas com a certeza de que jamais esquecerei quem caminhou comigo.
A verdade sempre prevalece!
Obrigado família, @4comm_bra @bicharaemotta