Zagueiro da Juventus e natural do interior da Bahia, Bremer chegou a ter dúvidas sobre defender as seleções da Itália ou do Brasil. Em participação no Bola da Vez, programa que vai ao ar no Disney+ a partir deste sábado (12), às 20h (de Brasília), o atleta revelou bastidores da sua escolha e que teve ainda mais certeza de que fez o certo com a chegada de Carlo Ancelotti.

Após uma curta e boa passagem pelo Atlético-MG, Bremer se mudou para o futebol italiano. Por lá, atuou por algumas temporadas no Torino, onde brilhou intensamente e foi negociado com o maior rival, a Juventus, um dos maiores times do país. Por conta desse sucesso, ele foi convidado a defender a seleção italiana, algo que acabou recusando por conta de um sonho.

“Tentaram [me naturalizar], mas sou lá do interior da Bahia e do nada virar italiano. Conversei com o [Roberto] Mancini na época, ele disse que tinha oportunidade e que agilizava o passaporte, porque eu ia pegar por meio da minha mulher. Mas pensei: ‘seleção brasileira é seleção brasileira, a maior de todas’. Você chega lá na concentração e só tem italiano. Eles vão falar: ‘pô, esse cara é brasileiro, o que está fazendo aqui?’. Fica feio até para mim. E tem o sonho da seleção brasileira, cresce vendo os caras na seleção, quando você vê aquela amarelinha ali”.

Sua decisão se mostrou correta, visto que Bremer passou a ser figura frequente na lista de convocados do Brasil e foi até mesmo chamado para a Copa do Mundo de 2022. Recentemente, por conta de problemas físicos, ele tem ficado fora da lista, mas confia que em breve voltará a ser lembrado.

“Dei soco no ar quando Ancelotti chegou na seleção. Pensava ‘tomara que vá’. Não porque é italiano, mas porque é um treinador multicampeão. Com certeza tem o fato de que ele vai olhar diferente para a Itália. Se for notar, os últimos treinadores olhavam pouco para o Campeonato Italiano. Aqui no Brasil passam poucos jogos, né? Os grandes palcos hoje são a Premier League e o Real Madrid e Barcelona”, contou, exaltando que, em sua posição, a liga em que está é uma das mais fortes do mundo.

“Os italianos falam que as melhores defesas são da Itália. Peguei o Tite também, ele gostava bastante da defesa da Itália. Agora o Ancelotti também é a mesma coisa. Então é um ponto positivo”.

Por conta da boa relação com o novo treinador, Bremer confia plenamente que está na disputa por uma vaga no Mundial de 2026, mesmo com o pouco tempo até lá.

“Já demonstrei meu valor. Estou voltando de uma lesão. Se eu tiver bem fisicamente, tenho certeza que serei convocado, mas daqui até lá é muito tempo. Importante eu manter o meu foco, voltar bem. E a escolha do Ancelotti, é um treinador muito top. Acredito que vai olhar para a Itália agora com olhos diferentes”.

Na temporada que se encerrou, muito por conta das lesões, o defensor atuou apenas oito vezes, mas agora, 100% recuperado, deve retomar espaço como titular absoluto da Juventus para o início do Campeonato Italiano 2025/26.