Quem é o espanhol que se mudou para Venezuela e encara Botafogo na Libertadores

Enfrentar o atual campeão da CONMEBOL Libertadores é um privilégio que nem todos podem ter. Imagine então alguém que foi forçado a largar a carreira de jogador ainda muito novo, passou a trabalhar em comissões técnicas e trocou a Europa pela América do Sul em busca de um espaço?

Esta é a história de Diego Merino. Aos 36 anos, o espanhol nascido em Mérida é o atual treinador do Carabobo, time da Venezuela que enfrenta o Botafogo nesta terça-feira (8), às 19h (de Brasília), pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.

Diego começou a carreira como atacante no Valdelacalzada, time da atual sexta divisão da Espanha. Uma lesão no joelho aos 20 anos, porém, o afastou dos gramados e forçou uma mudança de carreira, dos campos para as áreas técnicas. Uma chance no Rayo Vallecano B, depois oportunidades na segunda e terceira divisões de LALIGA até chegar ao Carabobo, no fim de 2023.

A mudança para a Venezuela se deu pela ajuda de Salvatore Simeone, diretor de futebol do Carabobo e a quem Diego conhecia desde os tempos de Madri. Não conseguiram trabalhar juntos na Espanha, mas tiveram a chance na América do Sul.

“Meu passo de vir para cá foi algo que me deixou muito empolgado, sabendo que, se desse certo, se abriria uma boa janela de mercado, como é o futebol sul-americano”, explicou Diego, em entrevista exclusiva à ESPN.

O trabalho rendeu frutos. Pelo Carabobo, Merino conquistou o título do Apertura de 2024, algo que apenas lhe dá a confirmação de que a aposta de mudar de continente fez sentido.

“Estou muito feliz com tudo o que estamos vivendo. Chegar a um time que nunca jogou finais, que o fizemos campeão, que jogamos as três finais da temporada passada, que agora vamos competir pela primeira vez na fase de grupos internacionalmente. Isso me deixa muito feliz”.

O começo na Libertadores foi negativo, com derrota por 2 a 0 para o Estudiantes, em casa. A missão agora será tentar surpreender o Botafogo, atual campeão e que também chega pressionado, após perder da Universidad de Chile em Santiago.

Ingredientes que, no planejamento de Merino, tornam mais difícil a missão de sair do Rio de Janeiro com pontos.

“Sabemos e estamos cientes do nível de dificuldade do grupo. O meu desejo é competir bem, fazer um jogo difícil para o adversário. Tomara que possamos somar pontos, estar perto de vencer. Mas isso tem que ser merecido dentro de campo”, completou o treinador.

“Estamos enfrentando times mais poderosos do que nós. Sabemos que vamos ser dominados pelo volume de posse de bola ou pressionados em certos momentos. E tentaremos buscar as ferramentas para competir nesses jogos”.

Enfrentar um time brasileiro também é um desafio interessante, ainda mais pela admiração de Merino com as equipes do país.

“O Brasil hoje é uma potência. É um futebol maravilhoso, fantástico, cheio de clubes com muita história, com estádios e estruturas incríveis para trabalhar, com um nível orçamentário excelente, jogadores extraordinários. É um orgulho poder enfrentar um time como o Botafogo e, evidentemente, é um futebol que a gente acompanha muito de perto e que seria algo magnífico poder, no futuro, desfrutar desse belo futebol”.

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