Polícia prende ex-árbitro em megaoperação contra manipulação de resultados

O combate da Justiça à manipulação de resultados no futebol ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (9). A Polícia Civil de Goiás cumpriu 16 medidas judiciais como parte da Operação Jogada Marcada, deflagrada em seis Estados: Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba e Pernambuco.

Segundo o órgão, as fraudes já movimentaram ao menos R$ 11 milhões ilicitamente, inclusive por meio de plataformas de apostas, e tinham como principal alvo a Série D nacional. Há suspeitas de ações do grupo criminoso em outras séries do futebol nacional, além de campeonatos estaduais e internacionais.

A ação, conduzida pelo Grupo Antirroubo a Banco (GAB) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas.

Entre os nomes citados na Operação Jogada Marcada há treinadores, jogadores e árbitros de futebol. Um dos investigados é o ex-juiz D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, que estava afastado da arbitragem paraibana desde 2018 quando foi alvo da Operação Cartola. D’Guerro foi preso nesta manhã de quarta-feira, em João Pessoa-PB. Informação divulgada pelo ge e confirmada pela ESPN.

Além dele ainda foram detidos um ex-presidente, dois ex-jogadores e dois aliciadores envolvidos no esquema.

Segundo apurou a reportagem, a investigação nasceu após denúncia do presidente do Goianésia, Marco Antônio Maia. Delegado da Polícia Civil, o dirigente foi um dos nomes procurados em 2021 por um grupo que operava a manipulação de resultados através de odds em casas de apostas.

A oferta ao clube do interior do estado de Goiás era de R$ 500 mil por três resultados de jogos.

Após recusar a proposta para a fraude, Marco Antônio Maia pediu autorização à Justiça para atuar como “agente infiltrado” em relação ao grupo, monitorando de perto as ações. A segunda oferta ao clube aconteceu em 2022 para a venda de resultados no Campeonato Goiano, novamente recusada.

Uma nova investida foi feita ao Goianésia em 2023, desta vez com a oferta de porcentagem para ajuda em fraudes nos jogos e para a cooptação de outros times no esquema.

Ainda segundo apurou a ESPN, a Operação Jogada Marcada é mais um caso monitorado de perto pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que se movimenta para representações por suspensão ou banimento de agentes envolvidos no âmbito esportivo a cada denúncia apresentada pela Justiça.

Veja abaixo o comunicado divulgado pela Polícia Civil de Goiás

“A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Antirroubo a Banco (GAB) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagra neste momento, em seis Estados brasileiros, a Operação Jogada Marcada para cumprir 16 medidas judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão, contra organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas de futebol. As fraudes já movimentaram ao menos R$ 11 milhões ilicitamente obtidos, inclusive por meio de plataformas de apostas. A investigação delineou a estrutura hierárquica do grupo, que possui financiadores, intermediários e executores – neste ramo, envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes de clubes alvos da operação de hoje”.

More From Author

Botafogo faz consulta por Naves, do Palmeiras, que veta negociação

Djokovic cai para ‘zebra’, é eliminado em Monte Carlo e vê sonho do 100º título adiado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *