Ídolo do São Paulo e o terceiro maior artilheiro da história do clube, com 212 gols, Luis Fabiano, hoje em dia comentarista da ESPN, voltou no tempo ao relembrar um dos momentos marcantes de sua trajetória com a camisa tricolor: a vitória por 3 a 1 sobre o Alianza Lima, mesmo rival desta quinta-feira (10), em duelo com transmissão do Disney+, na fase de grupos da CONMEBOL Libertadores de 2004.
Em entrevista ao ESPN.com.br, o ex-atacante falou sobre aquela noite especial no Morumbis, projetou o confronto agora e ainda comentou a fase de Calleri — com direito a brincadeira sobre ser superado na artilharia do torneio continental.
“Agora vêm flashes na memória, foi um jogo difícil. Minha primeira Libertadores com a camisa do São Paulo”, lembrou. “A gente saiu atrás, até uma surpresa para a gente. Esperávamos que o Alianza Lima ficasse todo atrás, mas eles saíram para o jogo, criaram chances e abriram o placar. O Marquinhos empatou ainda no primeiro tempo, e no segundo eu fiz dois gols em belas jogadas nossas”.
Hoje, quase 20 anos depois, o cenário é outro, mas o adversário é o mesmo. Para Luis Fabiano, o São Paulo precisa ter atenção com os peruanos para evitar uma nova surpresa.
“Libertadores é sempre difícil. Fora de casa, os times jogam fechados, buscando o erro e o contra-ataque. O São Paulo deve dominar o jogo, o Morumbis vai estar lotado, já vendeu muitos ingressos… Mas tem que tomar cuidado com os contra-ataques”.
Se tem algo que o ex-camisa 9 conhece bem, é o peso da atmosfera no Morumbis em noites de Libertadores. E segundo ele, a festa da torcida é um diferencial.
“A energia é diferente. O estádio sempre cheio, a torcida gosta muito da Libertadores. Quando jogávamos, dava para sentir essa diferença. Acredito que nesse jogo vai ser assim também. O São Paulo venceu fora, agora vai buscar mais um bom resultado em casa. E com a torcida junto, tudo fica mais fácil”.
De camisa 9 para camisa 9
Se durante muitos anos Luis Fabiano foi o artilheiro do Tricolor, hoje em dia essa função pertence a Calleri, que não vive grande fase. Outra pressão em cima do argentino é que atualmente ele está empatado com o próprio Fabuloso e Rogério Ceni como maior artilheiro na Libertadores na história do São Paulo, todos com 14 gols. Segundo o antigo camisa 9, como ficou conhecido pela torcida, o jogo desta quinta é o ideal para ele bater esse recorde.
“Esse é o tipo de jogo que quando o atacante faz um gol, muda tudo. A fase vira. Se ele fizer, vai me passar na artilharia da Libertadores, mas mesmo assim eu tô torcendo por você, Calleri”, disse, em tom bem-humorado, dando uma dica para o amigo: “O atacante tem que persistir. Mesmo em fase ruim, uma hora a bola sobra. E aí, quando passa um boi, passa a boiada”.
Sobre a possibilidade de ver o argentino superá-lo nos gols pelo clube no torneio continental, o ídolo se mostrou na torcida pelo “colega” de posição, mas brincou sobre o outro recordista, Rogério Ceni: “Ele vai passar não só eu, como o Rogério… não sei se o Rogério está torcendo para isso, não (risos). Mas brincadeiras à parte, a gente tem que torcer para o time que ama, e para quem veste essa camisa. O Calleri fazendo gol é bom para todo mundo”.
‘Foi uma fatalidade’
Luis Fabiano foi o artilheiro da Libertadores de 2004, com oito gols, mas viu o São Paulo cair nas semifinais, diante do Once Caldas, que acabaria campeão. O gosto amargo daquela eliminação ainda permanece até hoje.
“Dava para ter vencido, sim. Nosso time era muito bom. Aconteceu uma fatalidade no final contra o Once Caldas. Depois eu me vinguei no Mundial de Clubes com o Porto, mas quando olho com calma aquele jogo, vejo que tínhamos tudo para chegar à final”;