Um jamais levantou a Champions League em toda a história. O outro é simplesmente o maior vencedor do torneio, com mais que o dobro de conquistas de quem mais se aproxima. Falando assim, parece até natural supor quem supera quem no confronto direto. Mas a lógica nem sempre prevalece no futebol.
Nesta quarta-feira (16), Real Madrid e Arsenal fecham o confronto que vale uma vaga na semifinal da Liga dos Campeões. A partida no Santiago Bernabéu é fundamental para os dois e coloca em jogo também um retrospecto totalmente favorável aos ingleses.
Empolgados pela vitória por 3 a 0 em Londres, há uma semana, os Gunners defendem uma escrita que ninguém tem no futebol europeu: jamais perderam e levaram sequer um gol do Real Madrid na Champions League. Basta repetir isso para seguir adiante na busca pelo primeiro troféu europeu de sua história.
Os times haviam se enfrentado apenas duas vezes até semana passada. Pelas oitavas de final da temporada 2005/06, o Arsenal surpreendeu no Bernabéu e venceu por 1 a 0, gol de Thierry Henry. Dias depois, segurou o empate sem gols no Emirates Stadium para avançar, em uma campanha que acabou com o vice para o Barcelona.
Na ocasião, o Real Madrid vivia o fim da primeira era dos galácticos, projeto que reuniu estrelas como Figo, Beckham, Zidane e Ronaldo, além de Raúl e Roberto Carlos, que já faziam parte do elenco. O Arsenal, por sua vez, era um time jovem e com um protagonismo claro, Henry.
Quase 20 anos depois, as equipes voltam a duelar em um duelo eliminatório. Mesmo desfalcado, o Arsenal aproveitou o fator casa para encaminhar a classificação, gols de Declan Rice e Mikel Merino.
O Real Madrid precisará de um milagre para seguir em frente. Vitória por três gols leva a disputa para a prorrogação, então apenas uma goleada por quatro ou mais carimba o passaporte merengue para a semifinal. Uma missão ingrata, ainda mais contra um time que nunca foi vazado.