Presidente do Corinthians, Augusto Melo prestou depoimento nesta quarta-feira (16), no DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), na condição de investigado no ‘caso VaideBet’. O mandatário foi o último a ser ouvido em meio às investigações.
A ESPN apurou que os depoimentos de Melo, Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo do Corinthians, e Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing do clube, que aconteceram nesta semana, não convergem.
Nenhum dos ouvidos pela Polícia apresentou provas sobre o relacionamento entre eles para o acordo entre as empresas (Rede Social Media Design, Corinthians e VaideBet). Cada um apresentou uma versão distinta do outro.
A reportagem ainda soube que, assim como os demais, Augusto Melo, que prestou depoimento por 3 horas e 15 minutos, não explicou o relacionamento entre as partes.
A ESPN também apurou que a Polícia Civil deve fechar o inquérito no começo de maio, para que o processo seja enviado ao Ministério Público de São Paulo.
É possível que o trio, mais Alex Cassundé, proprietário da Rede Social Media Design e intermediário do acordo entre Corinthians e VaideBet, sejam indiciados por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Como foram os depoimentos
Sérgio Moura
Segundo apurou a ESPN, o depoimento de Moura durou cerca de 2 horas e 35 minutos. Houve contradições com os depoimentos de Cassundé e Mariano, com o ex-diretor afirmando que não se lembrar de muitas coisas.
Moura ainda confirmou que Cassundé pediu comissão, contradizendo o mesmo, que em depoimento passado disse que nunca pediu o comissionamento, que foi oferecido a ele.
Marcelo Mariano
Como soube a reportagem, Mariano falou por cerca de 3 horas e contradisse as recentes falas de Cassundé, o apontando como intermediário do acordo entre Corinthians e VaideBet, citando, inclusive, uma reunião com o Sérgio Moura.
A ESPN também apurou que Mariano foi questionado a respeito de 9 movimentações financeiras que recebeu da conta particular de Augusto Melo, que totalizaram R$ 28.838,00.
As transferências foram indicadas à Polícia Civil após quebra do sigilo bancário de investigados no ‘caso VaideBet‘, além de relatórios obtidos juntos ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Todas, segundo alega a defesa, com operações realizadas entre março e novembro de 2023, durante a campanha que terminou com a eleição de Augusto Melo à presidência do clube para o triênio 2024-2026.
Nos comprovantes, os quais a ESPN teve acesso, a defesa alega que Mariano recebeu valores de Augusto Melo para custear a contratação dos serviços de um jornalista a pedido de Wagner Vilaron, que ocupou o cargo de superintendente de comunicação do Corinthians no início da atual gestão, além de aluguéis do imóvel que serviu como comitê da campanha.
Alex Cassundé
Em depoimento, Cassundé disse que não cobrou para intermediar a assinatura entre o Alvinegro e casa de apostas, alegando ainda que conheceu a VaideBet através do serviço de inteligência artificial ChatGPT.
Marcelo Mariano abriu a semana decisiva de depoimentos no DPPC. Juliano Carvalho Atoji, promotor de justiça do Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), também participa do inquérito.
Na terça-feira (15) foi a vez de Sergio Moura, seguido por Augusto Melo, nesta quarta. Segundo apurou a ESPN, o trio foi ouvido na condição de investigado por conta de resultados das diligências que foram conduzidas desde o início da investigação como depoimentos, quebras de sigilos bancários e investigações conduzidas pela Polícia Civil.
Ainda de acordo com a apuração, o conjunto do material levantado no processo investigatório levou os responsáveis pelo caso a realizar convocações do trio nas condições de investigados.
