Responsável por encerrar a seca de pilotos brasileiros na Fórmula 1, Gabriel Bortoleto está em Jeddah para o GP da Arábia Saudita, cuja corrida ocorre no domingo (20), às 14h (de Brasília). O jovem, que desfila com seu capacete verde, amarelo e azul em homenagem a Ayrton Senna, ainda não brilhou nas pistas e teve um 17º lugar como o melhor, mas sabe o quanto é especial representar o país, de histórico tão tradicional na modalidade.
“Estou muito orgulhoso disso, de representar o Brasil. Eu fiz um bom trabalho representando meu país e chegando na Fórmula 1”, admitiu o piloto, em entrevista exclusiva à ESPN Deportes.
“Só desejo que eu possa fazê-los ficarem orgulhosos de mim na Fórmula 1 também, porque não é um começo fácil. Sabemos onde estamos, e é um país que teve tanto sucesso na Fórmula 1, com muitos campeões mundiais”.
Dentre os campeões, um se destaca para Gabriel, inclusive quando o jovem entra em seu carro para competir: Ayrton Senna.
“É o meu ídolo, sempre foi. A inspiração do capacete obviamente é o Senna, mas o país, as cores do Brasil, especificam muito o capacete. Você realmente consegue ver que é um piloto brasileiro”.
Apesar do bom trabalho feito para levar o Brasil de volta à Fórmula 1, Bortoleto reconhece a falta de resultados no início da temporada. “Estou feliz, para ser sincero. Quero dizer, não é que eu tenha tido o começo dos sonhos, mas o que é um inicio dos sonhos? Chegar em todas as Q3? Sim, esse é o começo dos sonhos que você gostaria de ter, mas eu sou realista, sei onde estamos agora”.
“Cresci muito como piloto nas últimas corridas, aprendi tantas coisas boas e novas. E mesmo se o cronômetro, ou os resultados, não mostrarem isso, só nós, dentro do time, sabemos o bom trabalho que estamos fazendo. Obviamente gostaria de ter um carro um pouco mais competitivo, no qual conseguiríamos estar mais nos holofotes. Isso aparentava ser um começo de calouro melhor, mas temos que aceitar que esse é o começo que eu tenho”, desabafa.
“Até agora, estamos fazendo um bom trabalho, eu cometi alguns erros nas qualys, como na China que eu perdi o carro, e no Bahrein, de novo, eu perdi na curva dois, mas são coisas que acontecem quando você está indo até o limite. Eu preciso ser muito realista. E você vê muitos campeões mundiais cometendo erros, e é completamente normal, especialmente com esses carros. As pessoas não sabem o quanto eles são difíceis de dirigir no limite”, finaliza.
Quanto ao que almeja para o restante da temporada, tendo em vista o que fez até aqui, Gabriel mescla a realidade com o desejo.
“Adoraria pontuar assim que possível, mas, no momento, nós não conseguimos fazer isso. Talvez se uma corrida for super boa, mas numa situação normal ainda não. É sobre tempo e paciência e, se tudo der certo, eu deixarei os brasileiros orgulhosos”.
(*Tradução: Vinicius Garcia)