A derrota do Vasco para o Cruzeiro marcou o último ato de Fábio Carille no comando cruz-maltino. A demissão foi anunciada pelo presidente Pedrinho ainda na noite de domingo (27), pouco após o 1 a 0. Olhando para o futuro, existe um nome favorito para o cargo, mas ele não é o único plano nos bastidores.
A troca no comando técnico era um cenário que vinha se desenhando desde o início do Campeonato Brasileiro. Mesmo com as vitórias sobre Santos e Sport, o consenso entre Pedrinho, Marcelo Sant’Ana (diretor executivo) e outros dirigentes era de que o futebol apresentado pelo time não correspondia ao perfil do elenco.
As desconfianças começaram ainda no Carioca, principalmente após as semifinais contra o Flamengo. Ao poupar oito titulares contra o Corinthians, em derrota em São Paulo já no Brasileirão, o treinador acabou se colocando em condição ainda mais vulnerável.
A partida, no entanto, que acabou incomodando mais o comando vascaíno foi o empate com o Melgar fora de casa na CONMEBOL Sul-Americana. Carille precisava vencer os jogos contra Puerto Cabello e Sport e, embora tenha conseguido os três pontos, convenceu pouco. Ganhou uma sobrevida pela atitude do time no empate contra o Flamengo, mas sucumbiu dois jogos depois.
Agora, Pedrinho trabalha com dois cenários para a sequência da temporada. O nome que mais agrada ao dirigente é o de Fernando Diniz, treinador cujo estilo, no entendimento do presidente, dialoga com o perfil do elenco do Vasco.
Por outro lado, o cartola não pretende pagar um salário que possa comprometer o orçamento cruz-maltino. Quando dirigia o Cruzeiro seu último clube, por exemplo, Diniz tinha vencimentos na casa de R$ 1 milhão por mês, cifra que o Vasco não pretende arcar. Se houver abertura do treinador por valores menores, a conversa pode evoluir.
A efetivação de Felipe Maestro, que assumirá o cargo interinamente, também está sobre a mesa. Depois da partida contra o Cuiabá na última rodada do Brasileiro de 2024, boa parte do elenco pediu a Pedrinho que o auxiliar fosse efetivado – preocupado com as constantes críticas por “empregar amigos”, o presidente não aceitou, porém.
Fato é que o cenário hoje é visto como diferente, até por ter sido jogando com um “interino” no comando, com Rafael Paiva, que o Vasco viveu sua melhor fase em 2024. Embora sejam profissionais diferentes, a repetição de estratégia pode acontecer novamente agora.
Na entrevista coletiva em que anunciou a demissão de Carille, Pedrinho despistou sobre o futuro, mas foi contundente ao agradecer Felipe por assumir a equipe.
“Não vou falar nome de treinador, até porque a gente não sabe o que vai acontecer. Agradeço de novo o Felipe, porque não é fácil. Ele sempre tem relação muito amigável com todos treinadores aqui. Ele não interfere na decisão que eu tomo. Mais uma vez ele aceita, comuniquei ele depois sobre o Carille, e ele prontamente disse que assumiria. Vamos ver o dia a dia, o trabalho, não será fácil, mas tomamos a decisão porque acreditamos que esse time pode dar mais e também pela questão anímica.”
Com Carille, o Vasco fez 21 partidas, com nove vitórias, cinco empates e sete derrotas, aproveitamento de 50,7%. Demitido na noite deste domingo, o treinador e sua comissão terão direito a receber uma multa rescisória de R$ 500 mil.