Em entrevista após a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, neste domingo (4), pelo Brasileirão, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, falou muito sobre a situação do meia Raphael Veiga no clube.
O meio-campista não entra em campo desde 9 de abril, quando sofreu uma luxação no ombro contra o Cerro Porteño, pela CONMEBOL Libertadores.
Neste domingo, ele voltou a ser relacionado, mas ficou apenas no banco contra o Cruzmaltino, sem entrar na partida.
Questionado sobre como o meia poderia se sentir se virar reserva, Abel afirmou que valoriza muito o “trabalho invisível” que Veiga faz nos bastidores do clube e afirmou inclusive que esse é o grande motivo de sua venda para o futebol internacional nunca ter tido “OK” da comissão técnica e da diretoria.
Além disso, o português relembrou os ótimos números do atleta nos últimos anos e desafiou os jornalistas a apontarem outro jogador no futebol brasileiro que tenha conseguido ser tão constante.
“Em relação ao Veiga, o que eu quero dizer é que o Veiga, talvez, nos últimos quatro anos, tirando o ano passado, talvez tenha sido o jogador mais regular do futebol brasileiro, ou um dos melhores do Brasil nos últimos anos. Basta ver os números dele. Só que o futebol brasileiro não dá tréguas a ninguém”, iniciou.
“São oito anos aqui no Palmeiras. No início, foi duro para ele… Eu vi gente a queimar a camisa dele. Queimar [faz gesto de queimar a camisa]… Em novembro de 2020, quando eu cheguei. Em 2021 e 2022 ele foi à seleção meia dúzia de vezes. No ano passado, era o meio-campista com mais gols no mundo”, rememorou.
“Mas, como eu disse, o futebol brasileiro não dá trégua à ninguém. Não há problema nenhum o Veiga ficar no banco, ficar fora, e, quando jogar, voltar a nos ajudar. Como eu te disse: fazer o que ele fez nos últimos quatro, cinco anos, me diga um jogador que tenha conseguido estar no Brasil a nível de performance e rendimento, assistências e gols, como ele nos últimos quatro anos. Não tem! Não vai encontrar! Eu desafio vocês a isso”, bradou.
“Talvez essa pausa seja boa para ele. Imaginem um treinador como eu, a sorte que é poder ter o Veiga no banco (risos). Ele ajuda de muitas maneiras. É um capitão invisível. Já lhe dei a braçadeira duas ou três vezes. Talvez ele seja, dos jogadores do clube, eu acho que o López já falou isso, que mais ajuda os nossos jogadores a entenderem o que é o Palmeiras, e exigência do Palmeiras, a torcida do Palmeiras, o profissionalismo”, explicou.
“Talvez seja um dos jogadores que mais ajuda os mais jovens na integração. Talvez ele seja o jogador que mais ajuda os outros em prol dos objetivos coletivos do Palmeiras. E eu, particularmente, valorizo muito isso. É por isso que não o deixamos nunca sair, mesmo vindo ofertas de fora e ele dizendo: ‘Mas eu estou aqui no banco!’. Mesmo estando no banco, o clube reconhece esse trabalho invisível”, argumentou.
“Como jogador, não preciso nem falar, vocês o conhecem tão bem quanto eu. Nós não somos obrigados a estar sempre a top, porque ninguém consegue sempre tirar nota 10. É permitido ao jogador passar momentos em que as coisas não estão a sair. E nós, como comissão e clube, temos que ajudá-lo a voltar a ser quem ele sempre foi, aquele que nos ajudou e vai continuar ajudando, seguramente”, completou.