Com região Norte fora da Copa do Mundo feminina, estados falam em frustração e exclusão

O anúncio das oito cidades-sede que receberão a Copa do Mundo feminina de 2027 no Brasil despertou um ponto de atenção: de todas as regiões do país, apenas o Norte não conta com um representante no torneio.

No fim do ano passado, a Fifa chegou a vistoriar dois estádios que poderiam sediar partidas do Mundial: a Arena da Amazônia, em Manaus (AM), e o Mangueirão, em Belém (PA), mas nenhum deles entrou na seleção final, o que causou reações dos representantes.

Em nota enviada à ESPN, a Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (SEDEL) de Amazonas citou a frustração pela ausência na Copa, sobretudo por se considerar uma das melhores estruturas do país, inclusive com experiência em eventos internacionais. Em relação ao Pará, a fala do governador Helder Barbalho (MDB) é mais incisiva e fala em insatisfação com a ausência da região Norte (leia mais abaixo).

A ESPN apurou os motivos que levaram às exclusão das cidades. Manaus não foi escolhida porque a Arena da Amazônia precisaria passar por uma remodelação em sua estrutura, mesmo sendo um estádio que recebeu a Copa do Mundo de 2014. No caso de Belém, o Mangueirão não possui o número suficiente de camarotes exigidos pela Fifa. Contra as duas cidades, também pesou a falta de estrutura de centros de treinamentos.

A cidade de Belém, vale lembrar, passa por reformas para receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que contará com a presença de 198 países. Paralelo a isso, o Mangueirão foi reinaugurado em 2023, após uma reforma de dois anos que custou aproximadamente R$ 500 milhões.

Sem a participação do Norte, as cidades que receberão a Copa do Mundo de 2027 serão Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O limite de oito sedes foi solicitado pelo governo brasileiro, por uma questão de custo.

Veja as notas enviadas por Amazonas e Pará à ESPN:

Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (SEDEL) de Amazonas

Recebemos com frustração a notícia de que Manaus não foi escolhida como uma das cidades-sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2027. A decisão nos causa um sentimento de exclusão, especialmente por não vermos o Norte do Brasil representado em uma competição de tamanha relevância global.

Manaus possui uma das melhores estruturas do país para receber grandes eventos esportivos: um estádio de padrão internacional, centros de treinamento qualificados, rede hoteleira, infraestrutura adequada e uma oferta turística rica e diversificada, que encanta visitantes do mundo inteiro.

Temos um histórico positivo em sediar eventos internacionais, como a Copa do Mundo FIFA 2014, os Jogos Olímpicos Rio 2016, Eliminatórias da Copa do Mundo, Torneio Internacional de Futebol Feminino, entre outros grandes eventos esportivos, sempre com organização, hospitalidade e entusiasmo.

Seguiremos trabalhando para que o Amazonas continue sendo uma referência no cenário esportivo feminino nacional e internacional, e, principalmente, para que o Norte do Brasil seja mais valorizado em decisões dessa magnitude.

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará

“É uma perda para todo Brasil e visitantes que a Amazônia não participe da Copa do Mundo de futebol feminino de 2027. Mesmo com plenas condições de receber os jogos, as capitais da nossa região ficaram de fora. Por isso a COP30 é tão importante. Vamos mudar esse cenário apresentando ao mundo as belezas e a potência do Norte”.

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