Carreira de zagueiro do Bahia mudou pelo Instagram e tem história com Messi

Se hoje é nome importante no sistema defensivo do Bahia que visita o Atlético Nacional na CONMEBOL Libertadores, Santiago Ramos Mingo poderia estar ainda em um modesto clube da Bélgica, sem grande projeção, após ter passado até mesmo pelo Barcelona.

Foi uma mensagem no Instagram, como o argentino de 23 anos contou em entrevista à ESPN, que ajudou a mudar os rumos de sua carreira, o levando primeiro de volta a seu país natal, até chegar ao Bahia em 2025 – no meio desse caminho, interessou até ao Palmeiras.

A história de Mingo no futebol começou no pequeno Atalaya e seguiu na base do Boca Juniors, onde ele teve Alexis Mac Allister, hoje estrela do Liverpool e da seleção argentina, como companheiro. Em 2020, chamou a atenção do Barcelona e foi contratado para a equipe B.

“A oportunidade apareceu porque um scout me viu, me ligou, e eu não tinha contrato… Não jogava, era reserva… Também houve uma troca de dirigentes que complicou um pouco tudo, mas terminei indo ao Barcelona. Foi uma mudança que marcou minha carreira, porque aprendi muito sobre futebol, tanto tática, quanto pessoalmente, creio que cresci muito”, lembrou.

“Saí do Boca muito jovem, não sabia tomar as melhores decisões, mas no Barcelona cresci como pessoa”, seguiu Mingo, que recorda a companhia de Gavi e Ronald Araújo, hoje estrelas do time principal, em seu período na Catalunha, que durou até 2022.

O argentino mantém contato até hoje com alguns ex-companheiros de Barça, mas não esquece, claro, das oportunidades que teve de dividir vestiário com Lionel Messi.

“É um período de muito aprendizado, né? No fim, você divide o dia a dia com jogadores que são os tops dos topos, então você aprende muito. Estão no topo, mas vê que são pessoas normais, humildes, que se esforçam, treinam bem se cuidam. Isso é um exemplo”.

Mingo talvez se arrependa de nunca ter pedido uma foto ao lado de Messi, mas tudo que aprendeu com o compatriota segue perfeitamente “fresco” em suas memórias.

“Não tirei foto porque tenho vergonha, não quero às vezes incomodar a pessoa, mas aprendi um monte, ainda por ele ser como é como pessoa, como o veem dentro de campo, fazendo muita diferença. Mas também faz como pessoa, é muito humilde, vive o dia a dia com normalidade e ajuda muito. Pelo menos a mim e a meus companheiros, ajudou muito”, recorda.

“Quando dividia os vestiários nos treinamentos, minha atenção era para ele, toda hora estava olhando, vendo o que fazia, como jogava, em alguns momentos difíceis ou de pressão, como atual, e nisso se aprende também”, complementou, lembrando as primeiras palavras que ouviu do craque.

“O que me marcou muito é que apenas subi aos profissionais, e a primeira coisa que fez foi perguntar se precisava de algo, que ele estava à disposição. E isso marca a pessoa, porque ele não tinha obrigação”.

A mensagem no Instagram que mudou tudo

Apesar do aprendizado no Barcelona, Mingo não teve muitas chances de atuar e acabou indo para o Oud-Heverlee Leuven, da Bélgica, em 2022. Também não chegou a ter passagem marcante e, em um momento de poucas atuações, recebeu a oportunidade de voltar à Argentina.

“Eu estava na Bélgica, sem jogar, e me chega uma mensagem no Instagram, sobre jogar no Defensa y Justicia. Sei que enviei ao meu empresário, pensando que era mentira, mas, no final, acabou dando certo justamente por causa dessa mensagem”, lembrou o zagueiro.

“Graças a Deus, mas também agradeço ao Defensa y Justicia porque me lançou outra vez e, se hoje estou aqui, é em grande parte por causa deles”, seguiu Mingo, que, no período na equipe argentina, chegou a estar em uma lista de possíveis reforços para o Palmeiras. “Vou ser sincero, não olho muito quem quer me contratar, só faço meu trabalho, seria uma falta de respeito com o Defensa”.

A oportunidade de chegar ao Bahia chegou em meio a uma viagem com o Defensa y Justicia ao Uruguai. Mingo conversou com o diretor Cadu Santoro e teve a contratação concretizada. Logo viajou para Girona, na Espanha, e iniciou a pré-temporada sob o comando de Rogério Ceni.

“O conheci quando fui para Girona, e a verdade é que é impressionante trabalhar com Rogério. Ganhou tudo como jogador, e é um grande treinador, tem uma clara ideia de jogo, que particularmente a mim, me agrada muito. Estou muito feliz pela relação de dia a dia e também pela confiança que dá a todos nós”, contou ele.

Em Salvador, o calor chegou a ser uma questão na adaptação de Mingo, que acabou perdendo peso muito rápido. Contou com o suporte da equipe técnica do Bahia e hoje se consolidou.

Nesta quarta-feira (14), às 19h (de Brasília), fora de casa contra o Atlético Nacional, da Colômbia, tem a chance de classificar o Bahia às oitavas de final da Libertadores em caso de vitória. Isso depois de ter saído das fases prévias e caído em um grupo difícil, ao lado também de Inter e Nacional-URU.

“É algo único que creio que é um privilégio que o clube conquistou no ano passado. Conseguimos concretizar este ano passando pela fase inicial, e é um privilégio que estamos aproveitando muito. Estamos muito contentes pela torcida, que também possam aproveitar, e tomar que esse caminho e este sonho continuem”, encerrou o argentino.

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