Após seis temporadas no Real Madrid, onde empilhou títulos e tornou-se o técnico mais vezes campeão (15 troféus), Carlo Ancelotti terá uma das maiores missões da carreira: dar fim a uma imensa crise que assola a seleção brasileira a pouco mais de um ano para a Copa do Mundo de 2026.
O italiano será apresentado nesta segunda-feira (26) pela CBF e, em seguida, anunciará a primeira lista de convocados para os jogos contra Equador, dia 5 de junho, e Paraguai, dia 10, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. Seu nome era o preferido de Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da entidade, o que fez até outro nome perder a corrida pelo cargo: Jorge Jesus.
O Mister, que fez história com o Flamengo entre 2019 e 2020, ao conquistar o Brasileirão e a CONMEBOL Libertadores, perdeu força depois que Ancelotti optou por não continuar no clube merengue para assumir a seleção. Decisão mais do que acertada na visão de Joel Santana.
Aos 76 anos e há sete aposentado da função de técnico, o ”Papai Joel” recebeu a ESPN em sua casa no Rio de Janeiro e deu razão à CBF por apontar o italiano.
”Há uma diferença muito grande entre Jorge Jesus e Ancelotti. Jorge Jesus foi um treinador que chegou aqui no Brasil, ninguém o conhecia, pegou um time do Flamengo só de estrela, consagrado. Eu trabalhei no Flamengo muitas vezes. Quando você atinge um time igual o Flamengo tinha, deixa ele ir que ele se acerta. Era só ficar doutrinando as coisas que tinham que acontecer”, opinou Joel.
”O Jorge Jesus chegou, ganhou, saiu daqui consagrado, foi para o mundo árabe, se consagrou também, e agora quer voltar. Mas pera aí: algum dia o Jorge Jesus será como o Ancelotti. Eu gosto dele também, mas a seleção brasileira contratou o melhor. O melhor no momento era o Ancelotti”, completou.
Experiente no assunto, já que chegou a comandar a seleção da África do Sul, entre 2008 e 2009, Joel Santana aproveitou ainda para dar um conselho ao recém-chegado ao Brasil.
”Ele tem que fazer uma análise para convocar os que estão melhores tecnicamente no momento. Seleção também não é só a parte técnica, tática e física, tem a parte psicológica. O comportamento dos jogadores. Para você vestir o manto sagrado da seleção, tem que defender o país. Nós somos os melhores do mundo, mas estamos dando muita topada. Ele tem que chegar a achar que o jogador vai cair no estilo que ele gosta de jogar. Ele tem que escolher porque na hora a cobrança não vai ser em cima do jogador, vai ser nele”, finalizou Joel.
A seleção é a quarta colocada as eliminatórias com apenas uma vitória nos últimos quatro jogos. São 21 pontos, dez a menos que a líder e já classificada Argentina.