O Palmeiras estreou no Mundial de Clubes com um empate em 0 a 0 com o Porto, disputado no Metlife Stadium, em Nova Jersey. O grande responsável pelo Alviverde não ter marcado sequer um gol foi Cláudio Ramos, que fez algumas defesas importantes no confronto e ajudou os portugueses a conquistarem um ponto no primeiro jogo do confronto.
O goleiro de 33 anos tem uma trajetória curiosa no futebol. Ele foi, por muitos anos, titular absoluto do Tondela, e chegou até mesmo a bater recorde, com uma sequência de 103 jogos seguidos iniciando jogos. Na época, ele chegou a ser convocado para a seleção portuguesa. Em 14 de outubro de 2018, ele fez seu primeiro e único jogo por Portugal, em uma vitória por 3 a 1 em amistoso contra a Escócia, substituindo Beto nos 4 minutos finais da partida.
Por tudo o que fez no time, decidiu, ao fim de seu contrato, se transferir para o Porto. E chegou com moral, por indicação de ninguém menos do que Vitor Baía, ex-goleiro e ídolo do clube, que teve participação direta nas negociações com Cláudio, que interessava também a outras equipes, incluindo o Vitória de Guimarães, e chamava atenção até mesmo de outros países.
No Porto, porém, ele ainda não decolou. Ele começou atuando no Porto B, para depois se tornar reserva no time principal. Por alguns anos, ele ficou no banco para Agustín Marchesín, que em 2024 se tornou goleiro do Grêmio e atualmente está no Boca.
Apesar da saída do argentino, Cláudio Ramos não decolou, e seguiu no banco, agora para Diogo Costa. E assim permanece até hoje, já que o goleiro é titular não apenas do Porto, como também da seleção de Portugal, e recentemente foi herói no título da Uefa Nations League, defendendo um pênalti na decisão contra a Espanha.
Porém, Diogo Costa se machucou e não tinha condições de jogar neste domingo, dando espaço para Ramos. E ele não poderia ter aproveitado melhor a chance, sendo elogiado até mesmo por Abel Ferraira, técnico do Palmeiras, na saída do gramado.
“Foi um jogo equilibrado, tivemos as melhores oportunidades, mas o futebol é tão mágico, que um dos melhores jogadores deles se machucou, que é o goleiro, e o melhor jogador do Porto hoje foi o goleiro reserva, que fez quatro ou cinco defesas absurdas, mas o futebol é assim”, disse, antes de completar com mais elogios ao compatriota: “O Porto teve um goleiro à altura, defendeu tudo e nós não conseguimos fazer o gol.”
A atuação deve colocar uma “pulga atrás da orelha” do técnico Martín Anselmi, que sabe que tem dois goleiros em alto nível. Essa paciência de Cláudio Ramos é uma qualidade que o acompanha desde o início da carreira, conforme descreveu Paulo Cadete, ex-treinador de goleiros do Tondela, em entrevista ao Bola Branca.
“No treino é muito forte e incentiva o treinador para que trabalhe e o potencialize cada vez mais. É uma grande arma que o Cláudio tem; nunca está contente com o dia de hoje, porque há um amanhã e ele quer estar mais preparado e evoluir ainda mais. O segredo dele é a humildade e a disponibilidade para trabalhar, o caráter para ouvir os conselhos que fui lhe dando; hoje o vejo com um crescimento fantástico. Está onde está graças ao trabalho dele e à ambição no treino e no jogo.”
Muito graças a Cláudio Ramos, o Porto soma agora um ponto no bastante equilibrado Grupo A do Mundial, em que todas as equipes estão rigorosamente empatadas, já que os dois jogos empataram em 0 a 0. Na próxima rodada, o goleiro terá mais um grande teste, já que terá pela frente Lionel Messi e o Inter Miami.
