A “lição de casa” do Botafogo para a estreia no Mundial de Clubes foi cumprida com a vitória sobre o Seattle Sounders no último domingo.
Mas a impressão deixada para todos dentro e fora do Lumen Field é a mesma: há muito por melhorar.
Até o duelo contra o PSG na próxima quinta-feira em Los Angeles, o técnico Renato Paiva precisa dar atenção a três pontos importantes para melhorar, não só por parte dos jogadores, mas também para uma autoreflexão.
Da “trocação franca” no início do jogo à última bola salva quase em cima por Alexander Barboza para evitar o empate, muita coisa aconteceu em Seattle, para o bom e para o ruim, na atuação alvinegra.
O primeiro ponto de atenção está no espaço entre linhas, algo que o goleiro John alertou na zona mista.
“Quando falamos em intensidade, tem que estar com as linhas próximas. Temos que valorizar a vitória, e sobre o próximo jogo é igualar a intensidade, tem que estar o time compacto”, resumiu.
Nos primeiros 20 minutos de jogo, Botafogo e Sounders empilharam boas chances, e o time mandante se aproveitou de espaços no meio-campo para criar. Na segunda etapa, porém, o Glorioso foi ainda pior nesse quesito, com os jogadores de Seattle trocando passes praticamente até a linha da grande área e assustando a cada nova chegada.
Isso leva ao segundo ponto de atenção: a superioridade técnica do Botafogo não ficou visível. Artur e Igor Jesus foram os melhores no ataque, com o camisa 7 podendo tranquilamente levar o prêmio de melhor jogador.
Quando a “trocação” inicial acabou, o Alvinegro controlou o jogo até o intervalo e poderia ter feito até mais um ou dois gols. Na volta para o segundo tempo, parecia que o cenário se repetiria para o Glorioso, mas o Seattle Sounders reagiu. E Renato Paiva agiu mal.
E aqui vai o terceiro ponto de atenção: as substituições não surtiram efeito. Quando o técnico cita na entrevista coletiva que Joaquín Correa estava há um tempo sem atuar, mas queria lhe dar minutos, era necessário então colocá-lo logo após o intervalo? Se Savarino ainda aparentava sentir efeitos da longa viagem de ida aos EUA, não havia outro a ser titular?
No segundo tempo, mesmo o Seattle Sounders indo sabidamente para o “abafa”, o Botafogo deixou o rival jogar. Renato Paiva tirou Alex Telles e Savarino para colocar Cuiabano (voltando de lesão) e Arthur Cabral em vez de reforçar o meio-campo sobrecarregado, e a pressão só aumentou.
O gol de Cristian Roldan poderia ligar o sinal vermelho – o amarelo já estava ali há muito tempo -, mas novamente o Alvinegro não se encontrava. E o empate só não veio pelo pé salvador de Barboza no último lance.
“Joguei aqui nessa liga, sei da dificuldade, de como eles gostam de jogar. Eles precisavam de resultado, eu sabia que eles iam botar muitos jogadores para atacar, e tivemos dificuldade para encontrá-los na marcação”, disse o volante Gregore. “Aprendizado é que não tem mais jogo fácil. No Brasil se fala muito ‘ah, a MLS é muito fácil’, eu joguei aqui, e não é um campeonato fácil. Eles jogam, querem ganhar, se expõe”.
“Temos bastante cobrança, sabemos da nossa responsabilidade. Um ambiente de cobrança boa é um ambiente de conquista, procuramos saber cobrar, saber o momento de resgatar um atleta que está um pouco abaixo”, falou.
“A gente sabia da qualidade do time do Seattle, tanto que no segundo tempo eles realmente saíram sobre vantagem, com muitas bolas nas costas, pelo meio principalmente”, analisou o atacante Artur. “Mas agora é comemorar os três pontos, fazer uma excelente viagem de volta para Santa Barbara e botar a cabeça no travesseiro, repensar os nossos erros. Faz parte, todos os jogos vão ter erros”.
Para os dois próximos jogos contra PSG e Atlético de Madrid, o Botafogo precisará estar com o senso de urgência ainda mais aceso. Se os rivais europeus criarem as mesmas chances que o Seattle Sounders, o resultado, com certeza, não será agradável ao Glorioso.
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