Como Abel teve tática ‘estragada’ em final entre Palmeiras x Chelsea

Finalistas do Mundial de Clubes de 2021, Palmeiras e Chelsea estarão frente a frente mais uma vez, desta vez pelas quartas de final da nova edição do torneio. Os dois times se enfrentam nesta sexta-feira (4), às 22h (de Brasília), com transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

Além de uma espécie de “revanche” para o Alviverde, o mata-mata também será uma nova chance de vitória para Abel Ferreira.

Naquela decisão, ocorrida em fevereiro de 2022, o técnico preparou um plano especial para tentar vencer o Chelsea. Porém, tudo foi “estragado” pela capacidade de N’Golo Kanté, meio-campista dos Blues e da seleção francesa, que entendeu o que estava sendo feito e encontrou “brechas” para superar a marcação.

A história foi revelada por Cícero Souza, hoje dirigente da CBF, durante uma palestra concedida em 2022, na Brasil Futebol Expo.

“Ele (Abel) percebeu que a defesa se postava com três zagueiros e que todos eles eram muito velozes. Com isso, ele percebeu que um bom caminho seria atacar por dentro. Então, o Palmeiras deixava a bola com o Thiago Silva, se fechava e aproveitava os erros de passes”, iniciou.

“Eu estava sentado no primeiro banco e tinha uma visão privilegiada de onde estava. O Kanté reparou que o Zé Rafael, que fazia uma das saídas em velocidade, poderia ser deslocado, e a bola passou a chegar direto no Lukaku. A partir daí ele, com os braços, mostrava o que o Chelsea deveria fazer em campo”, explicou o dirigente.

“A partir daquele momento, o Piquerez tinha uma nova responsabilidade em campo. Mas, assim que o Abel traçou uma nova estratégia, o Kanté conseguia ler e modificar o comportamento do Chelsea em campo. Ou seja, a capacidade organizacional e cognitiva deles estava dentro de campo e a nossa estava fora”.

Em entrevista concedida recentemente ao podcast “Mundo GV”, do Youtube, Thiago Silva, atualmente no Fluminense, contou como foi ter a bola nos pés a quase todo momento daquela final e por que era tão difícil superar a forte marcação da equipe do Palmeiras.

“O Abel fez marcação individual em todos os jogadores e me deixou com a bola sozinho. Eu ia com a bola até o meio-campo e começava a jogada. O jogo passava todo por mim. Eu olhava para frente e não tinha ninguém. Ficava lançando, tocava uma bola, chutava do meio-campo…”.

“O que eu faço agora? Eu entrava com a bola e apagava a luz. Tocava para quem? Esse jogo foi muito difícil”, contou o zagueiro, que, curiosamente, acabou eleito pela Fifa como melhor jogador do Mundial de Clubes.

Um relatório da Fifa, obtido pelo jornalista Marcel Rizzo, colunista do site UOL, justifica a escolha pelo zagueiro.

No documento, os especialistas explicam que “tanto na semifinal quanto na final, ele [Thiago] compôs forte na defesa, principalmente contra os atacantes velozes e técnicos do Palmeiras e do Al Hilal, e também atuou fortemente para sua equipe na posse de bola”.

“Em grande parte devido à forma como o Palmeiras se ajustou em um bloco baixo na final e permitiu que ele ficasse com a bola. Em seus dois jogos disputados, ele manteve a bola 93% das vezes após recebê-la e teve uma taxa de sucesso de 96% na distribuição”.

“Na posse de bola, ele fez sua parte porque o Palmeiras permitiu-lhe ter a bola e ele fez um excelente trabalho”, dizia o documento.

Naquela final, apesar de ter sido eleito o melhor da competição, Thiago Silva cometeu pênalti após toque do braço na bola, que ajudou o Verdão a empatar a partida quando perdia por 1 a 0. Lukaku abriu o placar, para depois Raphael Veiga igualar. Mas, na prorrogação, Kai Havertz, também graças a uma penalidade, marcou o 2 a 1 e garantiu o título da competição ao Chelsea.

Pouco mais de três anos depois e com elenco completamente reformulado, os ingleses voltarão a encontrar o Palmeiras de Abel Ferreira. Resta saber agora qual será a “armadilha” que o português e sua comissão vão preparar para a equipe de Enzo Maresca.

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