Além das premiações milionárias, os brasileiros no Mundial de Clubes também colhem frutos da exposição global nas redes sociais. Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo iniciaram a disputa representando o país, e metade ainda segue na disputa, podendo aproveitar ainda mais e ‘surfar na onda’ para ganhar não só dentro dos gramados dos Estados Unidos.
Fluminense e Palmeiras disputam as quartas de final, contra Al Hilal e Chelsea, respectivamente, em jogos nesta sexta-feira (4). Os brasileiros se colocam entre os oito melhores do Mundial e podem até se encarar em uma eventual semifinal brasileira.
Ainda assim, até aqui o brasileiro que mais cresceu no mundo digital foi o Flamengo. Em junho, o Rubro-Negro somou 838 mil novas adesões em suas redes sociais, no melhor mês do clube desde novembro de 2022, logo após as conquistas da CONMEBOL Libertadores e da Copa do Brasil, na segunda metade de outubro daquele ano.
Entre os brasileiros, o Fla lidera os ganhos no Instagram (+435 mil novos seguidores), TikTok (+300 mil), YouTube (+60 mil) e X, o antigo Twitter (+43 mil). O clube bateu 22 milhões de seguidores no Instagram e, no somatório geral de todas as suas redes, atingiu pela primeira vez 63 milhões de inscrições.
Quem vem atrás é o Palmeiras, com 434 mil novas inscrições na soma de todas as redes. Para o Verdão, o destaque foi o TikTok: 300 mil novos seguidores. A conta oficial do clube superou a marca de 5 milhões de seguidores.
Único carioca a avançar para as quartas, o Fluminense cresceu mais de 100 mil seguidores em três redes diferentes: Facebook, TikTok e Instagram. O clube teve o melhor mês desde janeiro de 2024, pouco após a inédita conquista da Libertadores.
Campeão brasileiro e da América no ano passado, o Botafogo foi quem teve o maior crescimento percentual: 4% apenas em junho, com 243 mil novos seguidores na soma das redes no mês.
Estratégia na comunicação dos clubes
“Flamengo e Palmeiras são dois bons exemplos de clubes brasileiros que utilizam as redes sociais com estratégia e planejamento. É importante lembrar que a pandemia foi um divisor de águas. Na ânsia de tentar justificar a manutenção dos contratos de patrocínio vigentes na época, a única entrega possível era no âmbito digital, e os clubes brasileiros tiveram que correr contra o relógio”, analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.
Levando em conta todas as equipes do Mundial, no TikTok, ficaram a frente em crescimento PSG, com 1,3 milhão de novos fãs; Real Madrid, com 1,1 mi; Manchester City e o Inter Miami de Lionel Messi, com 500 mil; e o Bayern de Munique, com 400 mil novos seguidores.
“PSG, Real e City identificaram que clubes do seu porte, poderiam ser agora, também, geradores de conteúdo, atrações de atenção, e agiram para o ser. Era esperado que não só nos seus canais próprios, mas em seus perfis em redes sociais, que os divulgam, um crescimento que não fosse dependente de estarem nas finais dos principais torneios”, analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM, destaca a importância das redes sociais para clubes de futebol que pretendem expandir seus negócios. “É muito comum no futebol a divulgação dos números estimados de tamanho de torcida serem muito superiores ao que de fato tais clubes possuem como torcedores identificados ou possíveis de serem acessados. Os canais de redes sociais permitem a comunicação direta do clube com sua torcida, possibilitando ações comerciais de patrocinadores, mensurando conversão e aumentando, assim, drasticamente a proposta de valor do patrocínio”, aponta.
