Fluminense ‘patinho feio’ e mais: o ‘show’ de Renato Gaúcho antes de encarar Al Hilal

Técnico do Fluminense, Renato Gaúcho concedeu nesta quinta-feira (3) uma coletiva repleta de respostas de efeito. E tudo antes de encarar o Al Hilal nas quartas do Mundial de Clubes, nesta sexta (4), em Orlando, às 16h (de Brasília), em duelo que terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

A começar pelo fato de ter colocado a sua equipe como o “patinho feio”, no aspecto financeiro, das quartas de final da competição. Lembrando que do outro lado da chave, por exemplo, estão os “endinheirados” Real Madrid, PSG e Bayern de Munique ainda seguem vivos na disputa.

Renato também falou sobre o duelo das quartas e mostrou respeito pelo Al Hilal. Inclusive, sugeriu que os sauditas foram menosprezados pelo Manchester City na fase anterior, quando venceram por 4 a 3 na prorrogação.

O comandante do Flu ainda fez uma desabafo sobre a comparação entre técnicos brasileiros e estrangeiros, pedindo respeito aos treinadores, que assim como ele, são nascidos no Brasil.

Veja abaixo as melhores respostas de Renato Gaúcho:

Fluminense ‘patinho feito’ das quartas do Mundial

“A melhor equipe do mundo é a que ganha, o melhor esquema do mundo é o que ganha. O PSG, realmente, é um grupo, um time, um clube fortíssimo, em todos os sentidos, inclusive, merecia ganhar a Champions. Mas é aquilo que eu falo, o dinheiro é importante, mas dentro do campo o futebol é decidido dentro das quatro linhas. Não adianta ficar falando do PSG aqui agora, temos um adversário dificílimo amanhã, mas no momento em que você consegue conquistar uma Champions, sem dúvida nenhuma você fica no topo. Temos outros grandes clubes no mundo que jogam um grande futebol atualmente, por ter vencido a Champions, o PSG está no topo. Pode ser para vocês o favorito para ganhar o Mundial, mas tem muita coisa ainda pela frente. Eu penso mais no momento do meu time, buscar essa classificação para uma semifinal e, passando de fase, ver quem a gente vai enfrentando. Ele pode ser no momento o melhor time do mundo, junto com o Bayern, Real Madrid, City, mas muitos clubes grandes ficaram pelo caminho, a gente precisa valorizar em estar nessas quartas. E nessas quartas, no momento o Fluminense também está. O Fluminense, perante esses clubes todos que estão aí, é o ‘patinho feio’, digo em termos financeiros. E estamos chegando, mostrando a nossa força e espero que amanhã também a gente continue mostrando a nossa força e que possamos chegar em uma semifinal”

‘Menosprezo’ do City ao Al Hilal

“Condições financeiras eles têm, é só ver os números. Agora, eu volto a repetir, o futebol é decidido dentro do campo. Eles têm três brasileiros lá, nós estamos aí, como sempre, com dificuldades na parte financeira, enquanto para eles essa parte sobra. A evolução deles tem sido muito grande, não sei até que ponto se comparado a um clube europeu, fora de campo com certeza ou até mais, mas dentro de campo ainda não chega a ser um PSG, um (Real) Madrid, um (Manchester) City, mas você vê que no último jogo – e eu assisti a todo o jogo – eles fizeram uma grande partida contra o City. Se você fizesse uma aposta, dificilmente alguém iria apostar neles, e eles mereceram a vitória, eu vi o jogo, eles jogaram muito bem, souberam jogar aquele jogo. Na minha opinião, talvez o City tenha menosprezado um pouco eles achando que poderia ganhar a partida a qualquer momento, e quando eles acordaram já era um pouco tarde. Isso que eu passei para o meu time também, a gente não pode menosprezar, qualquer que seja o adversário, a gente tem que estar ligado, focado o tempo todo, respeitando sempre eles. Eles fizeram quatro gols no City, e não é fácil. Eles também vêm crescendo bastante nessa competição. Amanhã pode ter certeza que vai ser um grande duelo”

Desabafo sobre técnicos brasileiros x estrangeiros

“Eu não vejo nessa campanha aqui (no Mundial), eu me vejo sempre muito forte (como treinador). Eu falo no bom sentido o ‘patinho feio’, o Fluminense não tem o dinheiro desses grandes clubes, a gente tem um grupo que eu confio bastante. É lógico que o nosso grupo não tem a qualidade de muitos times fortes daqui fora, e o Fluminense está nas quartas. Muitas vezes eu gostaria de me colocar no lugar desses treinadores aqui fora, e eu não vou citar o nome dos clubes, mas uns quatro, cinco, grandes clubes do futebol mundial, com tudo o que eles têm e com o plantel que eles têm. Podendo mudar o esquema toda hora, a qualidade imensa, muitas vezes você não sabe se o jogador que está dentro do campo é o titular, o titular é o que está no banco. Aí sim é bom de se trabalhar, aí sim se torna fácil de se trabalhar. Muitas vezes eu gostaria de estar no lugar de um treinador desse, com essa qualidade toda, e gostaria, com todos os méritos deles, que eu admiro, eu gostaria que um treinador desses, que são considerados melhores do mundo, muitas vezes vêm treinar um time, como eu estou treinando no Brasil e dar resultado. Muitas vezes, infelizmente, a imprensa brasileira não valoriza muito o treinador brasileiro, não são todos, gosta de valorizar muito um gringo. Eu queria ver um gringo fazer o trabalho que estou fazendo no Fluminense. ‘Tem que estar na seleção brasileira, é demais, é muito bom, os brasileiros estão aprendendo’. Esse seria o discurso. Mas quando é um treinador brasileiro…eu gostaria de estar uma temporada no lugar de um treinador desses grandes clubes considerados na Europa, e eles virem treinar o Fluminense, hoje o ‘patinho feio’, e dar resultado. Aí você vai ver quem é o bom. Tem muita gente que fala ‘não sei o que está acontecendo, não sei até onde que vai’. Tem que valorizar o treinador brasileiro, se as pessoas não me valorizam, eu tenho que me valorizar. Se você for ver todos os meus trabalhos em todos os clubes, sem os cofres cheios, eu sempre dou resultado. Alguma coisa eu devo ter.”